TAP teve crescimento recorde de passageiros em Novembro
Tráfego aumentou cerca de 25%, o maior em termos mensais no histórico da companhia. Alteração tarifária, ponte aérea e mercado americano sustentaram a subida.
A TAP registou um crescimento recorde no tráfego em Novembro, aumentando em cerca de 25% o número de passageiros transportados. Esta subida foi sustentada pelos aumentos registados na ponte aérea entre Lisboa e Porto e no mercado americano. Outra variável importante é a alteração da política tarifária iniciada em Setembro, que permitiu à companhia atrair clientes que antes escolhiam as low cost.
De acordo com os dados que constam nos relatórios mensais da ANA, o tráfego no aeroporto de Lisboa subiu 10,9% no mês passado. A TAP superou largamente esta fasquia, ao transportar 904 mil pessoas após um crescimento de 27,8%. A diferença face a Novembro de 2015 é de 196 mil passageiros. Já as suas maiores concorrentes, a Ryanair e a Easyjet, registaram aumentos de 1,9% e 6,9%, respectivamente, o que fez com que a quota de mercado da transportadora aérea nacional subisse para 52,5% – acima da média de 48,5% registada este ano.
O comportamento da TAP nos restantes aeroportos foi semelhante e, ao que o PÚBLICO apurou, o aumento global do tráfego rondou os 25%. Além do maior crescimento mensal alguma vez registado pela empresa, trata-se também do melhor Novembro de sempre. Para este resultado foi decisivo o desempenho da ponte aérea lançada em Março para fazer ligações quase de hora a hora entre Lisboa e Porto. Só nesta rota, o tráfego cresceu 114%, referiu fonte da companhia.
Outro contributo importante veio do mercado dos Estados Unidos, onde a transportadora aérea registou subidas de 155%, muito fruto do novo programa de Stopover, que foi lançado em Julho para incentivar passageiros de longo curso em trânsito por Lisboa ou Porto a ficar mais alguns dias em Portugal, dando-lhes acesso a descontos em hotéis, por exemplo. Também em África, houve crescimentos expressivos do tráfego, na ordem dos 29%, referiu a mesma fonte.
Uma outra variável importante nesta equação é a alteração da política tarifária da TAP, que desde Setembro passou a ter seis tipos de bilhetes diferentes, sendo que os de valor mais baixo já se aproximam muito à oferta das companhias low cost (embora a transportadora mantenha as refeições a bordo gratuitas).
O desempenho comercial registado até Novembro pela empresa deixa antever resultados mais animadores este ano, depois de em 2015 ter registado prejuízos de 99 milhões de euros (explicados, em grande parte, pelos 91,5 milhões de euros que tem retidos na Venezuela por dificuldades de repatriamento). Na terça-feira, o presidente da TAP assumiu mesmo aos jornalistas que tem a “esperança” de que 2016 seja um ano de lucros.
Nessa mesma conferência de imprensa, a TAP lançou já algumas novidades sobre o futuro, com o lançamento de seis novas rotas em 2017. Para 10 de Junho está marcado o arranque das rotas para Toronto (cinco frequências semanais), Las Palmas (diário), Alicante (diário) e Estugarda (bi-diário). A 1 de Julho, começará a voar seis vezes por semana para Bucareste e iniciará os voos diários para Budapeste. Duas rotas que tinha cancelado no início deste ano, quando terminou uma reprogramação da rede com o objectivo de se focar nas ligações mais rentáveis.
Fernando Pinto explicou que estas apostas vão fazer crescer em 1176 o número de voos oferecidos pela companhia face a 2016. Em termos de lugares disponíveis, a subida é de 272.878. Um salto explicado, em grande parte, pelo reforço da frota da TAP que no próximo ano passará a contar com mais três Airbus, para o longo e médio curso, e mais quatro Embraer (ao serviço da TAP Express). “É isto que nos permite dar o salto, além de um maior aproveitamento do espaço” dentro dos aviões, sublinhou o responsável.
O gestor brasileiro referiu que “oportunamente novos destinos serão anunciados”, mas não revelou ainda quais as escolhas feitas pela empresa. No entanto, já no início do ano tinha confirmado que serão inauguradas três novas rotas para África.