Rússia não descarta “acto terrorista” na queda de avião no Mar Negro
Responsável pela investigação diz que terrorismo não se traduz apenas em explosões, pelo que desta vez possa ter assumido a forma de “uma acção mecânica”.
As autoridades russas concluíram que não foi uma explosão que esteve na origem da queda do avião militar no Mar Negro, mas não descartam ainda que se tenha tratado de um “acto terrorista”. Maxim Skolov, ministro dos Transportes russo, diz que “os peritos terão que esclarecer as razões” da falha que originou a queda
Sokolov afirmou nesta quinta-feira que o avião caiu devido ao “funcionamento anormal técnico” do aparelho. Sergei Bainetov, chefe de segurança da Força Aérea Russa que lidera o inquérito de investigação exigido por Putin, referiu que “não houve explosão a bordo”, o que, no entanto, não serve para excluir a hipótese de terrorismo. Bainetov argumenta que as explosões não são “o único tipo de terrorismo”, sendo que “pode ter resultado de uma acção mecânica”, não descartando assim “um acto terrorista”, cita a Reuters.
Muitos meios, quer humanos quer materiais, estão envolvidos nas operações de busca que se complicaram devido ao facto de o avião se ter desintegrado quase na totalidade com a força do impacto na água.
“Já são 19 corpos de vítimas, 230 partes partes do corpo, 13 pedaços do avião e quase dois mil fragmentos que foram trazidos à superfície”, acrescentou Maxim Sokolov. As autoridades referiram ainda que o processo de investigação iria durar pelo menos mais 30 dias, sendo que as conclusões só serão tornadas públicas em Janeiro.
As três caixas negras do avião foram encontradas junto aos destroços no Mar Negro, estando agora a ser analisadas. O acidente levou, entretanto, a Rússia a suspender todos os voos de aviões TU-154, modelo do aparelho que se despenhou, até serem descobertas as causas que levaram à tragédia.
O avião Tupolev-154 desapareceu dos radares dois minutos após a decolagem da base aérea de Sochi, na costa do Mar Negro, quando se dirigia para uma base na Síria. A tragédia vitimou as 92 pessoas a bordo, onde se encontravam 60 membros do famoso coro do Exército Vermelho – o Alexandrov Ensemble.