"Nós vestimos cultura" e o Google explica o universo da moda

O "We wear culture" faz parte da plataforma de Arts&Culture do Google e pretende “digitalizar” os tesouros culturais de cada nação e explicar a evolução e influências da moda

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Alex Hockett/Unsplash

O mais recente projecto do Google é, provavelmente, a forma mais acessível e simples de compreender as diferentes colecções de moda por todo o mundo.  “We Wear Culture” – A história por trás do que vestimos – é uma colaboração entre o Google e mais de 180 museus, escolas, instituições de moda e outras organização de todos os cantos do mundo.

Este projecto faz parte da plataforma de Arts&Culture do Google e pretende “digitalizar” os tesouros culturais de cada nação. Para tal, é utilizada um guia de pesquisa num arquivo colectivo que reúne mais de 30 mil peças de moda e que, segundo a Google, permite ter acesso “a três milénios de moda na ponta dos nossos dedos”. Mas este projecto não se resume apenas a um banco de dados.

O Google tem vindo a trabalhar com várias organizações, nomeadamente em Portugal – Museu Nacional do Traje e o Museu Nacional do Teatro e da Dança – de forma a criar 450 exposições sobre os mais variados tópicos, o que faz do Google Arts&Culture um portal educativo repleto de imagens inéditas.

O extenso site usa uma variedade imensa de diferentes formatos para permitir que os utilizadores possam explorar objectos e ver alguns dos espaços associados numa perspectiva de 360 graus. Um vídeo interactivo sobre uma peça da Coco Chanel, por exemplo, descreve, brevemente, a história da roupa preta e como o básico vestido preto se tornou um ícone do guarda-roupa feminino.

Uma outra secção permite visualizar os detalhes mais escondidos das roupas, através de fotografias de alta definição - um corpete do século XVI oferecido a Elizabeth I da Inglaterra por Robert Devereux, é um bom exemplo do artesanato pormenorizado e de bordados populares na época. Mas há mais: o estilo e a arte de Frida Kahlo, Schiaparelli e o surrealismo e a arte do vestido Delphos, de Palazzo Fortuny são mais alguns exemplos do que podemos encontrar no Google Arts&Culture.

“A moda tem de reflectir quem és, o que sentes no momento e para onde estás a ir”. A frase é de Pharrel Williams, mas pode ler-se no site. Os ícones (rostos famosos que mudaram a forma como nos vestimos), os movimentos (do corte de Versalles à streetwear de Tóquio), os bastidores (a arte e as histórias por detrás do que vestimos) e as artes (o relacionamento entre a moda e a arte) são alguns dos tópicos abordados de forma bastante interactiva. Salvatore Ferragamo, Marilyn Monroe, Cristóbal Balenciaga e Audrey Hepburn são algumas das personalidades “estudadas”.

“Queremos mostrar que a moda é muito mais do que aquilo que vestimos; que existe uma hstória e pessoas por detrás da dela e influências que vêm da arte, da música e da cultura”, explicou Kate Lauterbach, directora de conteúdos da Google Arts&Culture, ao Business of Fashion. Com tanto para explorar, é bastante fácil, para quem gosta de moda, ficar “preso” no site. Talvez assim possamos compreender o que, à partida, nem sequer é questionável – a roupa que temos nos nossos armários.

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