A série This Is Us regressou para a segunda temporada [em exibição a partir desta sexta-feira na Fox Life], e mais uma vez o drama da NBC conseguiu provocar uma torrente de lágrimas ao longo de uma hora de emissão televisiva. O primeiro episódio da temporada arranca precisamente um ano após o início da história, com o primeiro aniversário dos Big Three. Dá-nos também algumas pistas sobre a morte de Jack Pearson (Milo Ventimiglia), inclui alguns momentos promissores de crescimento pessoal para os trigémeos Pearson, e deixa-nos lavados em lágrimas. Aqui estão algumas das cenas que nos fizeram chorar, em ordem ascendente de tristeza.

Beth e Randall tomam uma decisão

Parece que há problemas no paraíso Randall-e-Beth, mas estes dois foram mais longe e arrancaram-nos umas lágrimas. Randall (Sterling K. Brown) está decidido a adoptar um bebé, e Beth (Susan Kelechi Watson) sente que ele está a pressioná-la, sem ter em conta o que ela pensa sobre o assunto. “Há 37 anos os meus pais escolheram-me, e é por isso que hoje estou aqui contigo”, diz Randall. “Isto não vai passar, Beth. Tens de perceber isso." Beth responde: “Não me vais apanhar no parque de estacionamento de uma agência de adopção, isso é certo.” Brilhante tirada.  

Beth reflecte nas palavras sábias que William (Ron Cephas Jones) lhe dirige no seu parque favorito. O local lembra-lhe a terra natal, diz ele, e não é tão branco como o sítio onde vivem agora, acrescenta Beth, rindo.

Após chegar às suas próprias conclusões, Randall diz a Beth que têm um casamento perfeitamente imperfeito, e que juntos hão-de encontrar o caminho certo.

Ok, uma cena bonita, mas nada de muito comovente – até Beth levar Randall ao parque favorito de William e lhe dar o seu presente de aniversário, os poemas de William para o filho, dispostos como um livro. Ao verem um miúdo a fazer coisas que não devia, Beth diz também a Randall que a sua vida podia ter sido muito diferente. E pergunta-lhe se não quer adoptar uma criança já crescida, que terá muito mais dificuldades para arranjar um lar, em vez de um recém-nascido. Mesmo que não possam moldar uma criança da mesma maneira que um bebé. “Já que vamos pôr em risco a nossa vida perfeitamente imperfeita, vamos fazê-lo em grande”, atira ela.

Bem visto, Beth. E AGORA TENHO OS OLHOS INCHADOS.

Como Jack e Rebecca decidiram adoptar um bebé

Só a visão de Rebecca (Mandy Moore) e Randall a voltarem a dar-se bem já deixa qualquer um a lacrimejar. Mas esta conversa – ui. O primeiro choro a sério do episódio. Randall quer ver explicada a história da sua origem: era verdade que, como crescera a ouvir, Rebecca e Jack tinham sentido que ele era deles logo ao primeiro olhar? “É complicado”, responde Rebecca, ao que Randall pertinentemente retorque que “isso é o que costuma dizer quem não quer dizer a verdade”.

A verdadeira história: Jack levara Rebecca à maternidade do hospital, apontara para o pequeno rapazinho e dissera: “Não sentes simplesmente? Não vês simplesmente?”

“E eu respondi: ‘não’”, confessa Rebecca a Randall 37 anos depois. “Mas o teu pai tinha tanta certeza de que eu estava cansada e triste, e continuou a pressionar-me. Ele estava absolutamente convencido de que tu eras o nosso destino, que estavas destinado a ser nosso.”

E continua: “No casamento, às vezes é preciso que alguém assuma a responsabilidade de tomar as grandes decisões. E sim, no nosso casamento o teu pai foi muitas vezes essa pessoa. O nosso casamento não era perfeito, é verdade. Mas nenhum é. E o teu pai também não era perfeito, mas ficava muito perto. Tão perto quanto possível. Ele pressionou-me a ficar com um estranho, mas esse estranho tornou-se no meu filho, e o meu filho tornou-se na minha vida. Tornou-se na tua pessoa.”

AS LÁGRIMAS ESCORREM E COMEÇARAM OS SOLUÇOS.

O fim

Quase que escapávamos do episódio apenas com umas lágrimas, daquelas que acabam por nos aquecer o coração. Até que subitamente levamos com um camião TIR de tristeza. Kate e Randall, enquanto adolescentes, estão sentados num sofá a chorar compulsivamente, enquanto a namorada de Randall (certo?) e Miguel tentam desajeitadamente oferecer algum tipo de consolo. Isto não é bom sinal. Kevin está noutro sítio qualquer, enrolado com alguém (acho bem que seja a Sophie), e abençoadamente ignorante do horror que engole a família. E Rebecca guia sozinha, cara fechada e vestida com uma camisola dos Steelers, e um saco de plástico com a aliança e o relógio de Jack no banco do passageiro.

Estaciona junto à casa da família, e parece que basta olhar para a caixa de correio com a palavra “Pearson” para se ir abaixo. É aí que a câmara se afasta e podemos ver que a casa ardeu na totalidade. Ainda há fita amarela à volta do terreno e Rebecca mostra-se completamente destroçada.

Estas últimas cenas trazem alguma luz sobre a grande tragédia da família Pearson mas, honestamente, quantas delas é fisicamente possível ver através das torrentes de lágrimas que nos caem pela cara?

Outros momentos não-comoventes

- “São como gremlins, na próxima semana já há mais um milhão deles.” Palavras de Kevin sobre os Kardashian, uma piada que inadvertidamente ganhou força esta semana com os rumores sobre a gravidez de Kylie Jenner e Khloe Kardashian.

- Descansa em paz, William, mas por favor continua a aparecer em voz-off em cada episódio.

- A piada-seca-à-pai de Randall esta semana teve um toque de Michael Scott [a personagem de Steve Carrell na série O Escritório]: “Mete lá a cabeça – that’s what she said”. Vamos desculpar desta vez.

- Hum, não sei. Mas acho que prefiro a interpretação de Kate de Nothing compares 2U.

Tradução de António Domingos