}

Quem são os cibercriminosos mais procurados pelos EUA?

São 59, mas apenas nove têm a cabeça a prémio. As recompensas vão dos 20 mil aos três milhões de dólares. Este ano foi aquele em que a lista mais cresceu.

Foto
Igor Suchin é um dos 59 procurados pelo FBI – mas não tem honras de oferta de recompensa Reuters/YURI GRIPAS

Este foi o ano em que o FBI mais nomes acrescentou ao rol dos cibercriminosos que os EUA querem levar à justiça. Com 28 novas entradas na lista, são agora 59 as pessoas procuradas pelas autoridades americanas – mas só para nove são oferecidas recompensas monetárias. Em dois dos casos, dar ao FBI informações que levem à captura dos suspeitos pode valer milhões de dólares. 

Usando o critério da recompensa mais elevada, o russo Evgeniy Mikhailovich Bogachev é o cibercriminosos mais importante: vale mais de três milhões de dólares. É acusado pelo FBI de vários crimes, desde fraude informática e bancária a lavagem de dinheiro e roubo de identidade.

Nascido em 1983, aparece como principal responsável pelo lançamento em 2009 do software malicioso Zeus que, quando instalado nos computadores das vítimas, permitia o acesso aos seus dados bancários. 

Uma outra versão, o GameOver Zeus, foi investigada desde 2011 pelo FBI. A organização alega que este software poderá ter sido responsável por "mais de um milhão de ataques, resultando em perdas financeiras de mais de 100 milhões de dólares".

Os EUA apresentaram uma queixa judicial em Agosto de 2012 contra o pseudónimo "lucky12345" mas, em Maio de 2014, associaram-na a Bogachev, por causa do GameOver Zeus e por este permitir a disseminação do CryptoLocker, um software que cifrava os dados no computador das vítimas e apenas os libertava a troco de um pagamento – uma técnica conhecida por ransomware e que chegou a afectar algumas instituições em Portugal em Maio do ano passado, durante o ataque global com o malware WannaCry.

No segundo lugar da lista dos mais procurados está Nicolae Popescu, com um valor de um milhão de dólares. Este romeno, nascido em 1980, foi acusado em 2012 de participar num esquema de fraude online onde eram propostos para venda bens que não tinha, como veículos. O esquema passava por ter vendedores nos Estados Unidos que levavam os compradores a transferir dinheiro para contas bancárias abertas com identidades falsas. Quando o dinheiro era recebido nessas contas, era mudado para uma outra pessoa envolvida no esquema.

As recompensas milionárias, como a que é oferecida por informação sobre Bogavchev e Popescu, são pagas pelo Transnational Organized Crime Rewards Program, um programa criado em 2013 no Departamento de Estado norte-americano "como ferramenta para assistir o governo dos EUA a identificar e levar à justiça membros de importantes organizações criminosas transnacionais". A lista prossegue com as recompensas de valor mais reduzido, pagas pelo próprio FBI. As ofertas mais elevadas da organização chegam aos 100 mil dólares.

O letónio Alexsey Belan, nascido em 1987, tem cidadania russa e é acusado de ter acedido ilegalmente a serviços de correio electrónico nos EUA entre 2014 e 2016, alegadamente com responsáveis da espionagem russa, e de ter divulgado os dados pessoais dos clientes desses serviços.

Firas Dardar é acusado de envolvimento com o Exército Electrónico Sírio. Entre 2011 e 2014, terá feito ciberataques a agências governamentais, meios de comunicação social e outras empresas dos EUA. O sírio, nascido em 1989, foi acusado por intrusão a computadores, mas é também suspeito de "esquemas de ciberextorsão”.

O sírio Ahmed Al Agha, nascido em 1994, é igualmente acusado de pertencer ao Exército Electrónico Sírio e de ter participado naqueles ataques.

Com cabeça a prémio por 50 mil dólares cada um estão os paquistaneses Noor Aziz Uddin e Farhan Ul Arshad. Ambos são procurados pelo FBI por um esquema internacional de fraude de telecomunicações, que decorreu entre 2008 e 2012, ano em que foram acusados de terem obtido ilegalmente mais de 50 milhões de dólares.

Finalmente, com um valor de 20 mil dólares por cada um, o FBI procura informações que levem à prisão do indiano Shaileshkumar Jain e do sueco Bjorn Daniel Sundin. Entre 2006 e 2008, ambos lançaram um esquema de venda fraudulenta de software pela Internet em mais de 60 países. Através de anúncios falsos em sites legítimos, os utilizadores eram levados a crer que tinham os computadores infectados e eram incentivados a comprar software inexistente. O FBI calcula o prejuízo para os consumidores em mais de 100 milhões de dólares.

Sugerir correcção
Comentar