“O design [pode ser usado] como ferramenta da pacificação”

Director científico da Cité du Design, organismo que promove o design contemporâneo e integra a Escola Superior de Arte e Design de Saint-Étienne (ESADSE), diz que o design é “uma ferramenta poderosa” e que a Bienal deixa lastro naquela que é Cidade Criativa da UNESCO desde 2010.

Foto
Olivier Peyricot DR

Como é que o design pode criar um “terreno comum”, mote da 11.ª edição da Bienal?
A proposta pode parecer naïf, sobretudo sabendo nós que o mundo se rege pela competitividade e o individualismo. Mas é um manifesto pela vontade de criar um espaço de negociação entre singularidades e num espírito de tolerância com o outro. Nunca se chega a um entendimento total, como bem sabemos. Mas, às vezes, a própria história da humanidade surpreende-nos. Penso, por exemplo, no aperto de mão entre Yitzhak Rabin e Yasser Arafat nos Acordos de Oslo em 1993 [Nobel da Paz em 1994, com Shimon Peres, pela tentativa de pacificar o Médio Oriente]. Pergunto-me como, conceptualmente, se chegou ao “desenho” daquele aperto de mão? Estes processos complexos devem interpelar-nos para pensar o design como mediação visual, espacial, material e imaterial do relacionamento humano. O design como ferramenta da pacificação.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.