Onde é que já não dá para abastecer? Este site diz

O elevado número de relatos de falta de combustível nas bombas levou a rede VOST Portugal a criar um site especial. No Já Não Dá para Abastecer é possível ver e também dizer onde já não há gasolina ou gasóleo.

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Inês Fernandes

A greve dos motoristas de transporte de matérias perigosas pôs um travão a fundo no abastecimento dos postos de combustível do país. Perante as várias bombas de gasolina com falta de combustíveis, a VOST Portugal criou um site para mostrar onde “já não dá para abastecer”.

Ao telefone com o P3, Jorge Gomes, um dos fundadores da VOST Portugal (Virtual Operations Support Team) fala de uma “emergência não declarada”. A rede de “voluntários digitais”, como se definem, começou “a ter os primeiros relatos por volta do meio-dia”. “Dava para perceber que havia falta de combustíveis ou, pelo menos, de certo tipo, em determinados postos.”

Face à falta de informação concreta, o grupo decidiu criar uma página em que as pessoas podem consultar os postos de abastecimento com qualquer tipo de falta de combustíveis. A informação transmitida no site Já Não Dá para Abastecer é obtida através de testemunhos, enviados através de um formulário ou pelas redes sociais. “Os nossos canais estão todos abertos”, salienta Jorge. Os dados estão a ser confirmados por sete voluntários, antes de serem publicados na plataforma, mas podem não ser totalmente fiáveis: “A partir de um certo número de registos, a informação é dada como válida — ou seja, quatro pessoas. Temos também voluntários nas imediações [dos postos] que podem validar essa informação.”

Até ao momento, o site revela quase 300 postos de abastecimento que acusam, pelo menos, a falta de um tipo de combustível. Durante o dia, a VOST tem revelado, através do Twitter, o número crescente de utilizadores que tem acedido à plataforma. Os últimos valores apontam para mais de duas mil visitas em simultâneo: “O número de pessoas demonstra que havia a necessidade de ter este site.

Os voluntários da VOST Portugal já estiveram envolvidos na transmissão de informação relativamente a outras situações de tensão, como na tempestade Leslie ou os incêndios de Monchique. Aliás, foi precisamente com este incidente, em Agosto de 2018, que a rede europeia de voluntários digitais começou a operar em Portugal. O grupo é formado, actualmente, por um “núcleo duro de 25 pessoas”, que se dedicam a obter informações em situações de emergência e a transmitir os conteúdos nas redes sociais. 

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