Clandestino, de Manu Chao, regressa em reedição comemorativa

Mais de duas décadas depois do seu lançamento, o álbum chega numa edição especial que conta com uma nova versão do tema homónimo e duas faixas exclusivas.

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Manu Chao no Festival Sudoeste, em 2007 NUNO FERREIRA SANTOS

O icónico álbum Clandestino, de Manu Chao, celebra 21 anos no dia 6 de Outubro e, para o festejar, está de regresso numa reedição comemorativa disponível a partir desta sexta-feira. A tiragem, tanto da edição em CD como da edição em triplo vinil, é limitada.

Para além das 16 faixas originais, esta nova edição do primeiro disco a solo do músico francês vai contar com uma nova versão da faixa homónima com colaboração da cantora de Trindade e Tobago Calypso Rose, e ainda com as faixas extra Roadies rules e Bloody bloody border, escritas após Manu Chao ter visitado, em 2011, um acampamento de imigrantes no estado norte-americano do Arizona.

Clandestino, editado em 1998, foi gravado na íntegra por Manu Chao em diversas partes do mundo, com a ajuda de um pequeno computador portátil. É cantado em quatro idiomas diferentes (inglês, espanhol, português e francês) e foi considerado pela edição francesa da revista Rolling Stone como o 67.º melhor álbum de rock francês de sempre.

Manu Chao nasceu em Paris , filho de imigrantes espanhóis em França: o seu pai, Ramón Chao, é um escritor de Vilalba, na Galiza, e a sua mãe, Felisa Ortega, nasceu em Bilbau, no País Basco. A sua música é uma autêntica mescla de estilos com influências de rock, rumba, hip-hop, salsa, punk e raï (género musical popular cuja origem remonta aos anos 20 em Orã, na Argélia, e também presente na região oriental de Marrocos) e está repleta de mensagens políticas que reflectem as suas ideologias de esquerda.

Terá sido precisamente a sua consciência política a motivar esta reedição do disco num momento em que a imigração suscita controversos debates tanto na Europa como nos Estados Unidos, nomeadamente com as políticas de Donald Trump relativamente à fronteira com o México. Em Bloody bloody border, Manu Chao regressa precisamente a esse tema que influenciou o seu primeiro álbum, cantando: “We want freedom to cross/ Cross the borderlineFreedom's no crime”. Texto editado por Inês Nadais

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