No Uganda, as duas rodas levam tudo para todo o lado

Gregório Cunha
Fotogaleria
Gregório Cunha

São bicicletas e motociclos que funcionam "como um táxi, mas em duas rodas". No Uganda, conta o fotógrafo Gregório Cunha ao P3, os "'boda-boda' estão disponíveis em todo o lado, no campo e na cidade”. Tudo se transporta nestes veículos — desde pessoas de todas as idades a todo o tipo de mercadorias, como fruta, animais, pneus ou água. “Toda a vida diária, no Uganda, passa diante dos olhos, numa explosão de cores em cima das duas rodas dos 'boda-boda'", escreve o fotojornalista no seu site.

A ideia da série fotográfica 2 Rodas Para Tudo surgiu logo no primeiro dia da viagem que o madeirense fez ao país, em 2018. Gregório, que acabou de lançar o livro Madeira Vista do Céu - From the Skyviu uma “moto cheia de galinhas” num "boda-boda" e ficou impressionado. E ao longo dos 7 mil quilómetros que fez ao longo do país, aqueles veículos de duas rodas sempre o acompanharam. E foi percebendo a importância deles na vida dos locais.

Sem um serviço robusto e abrangente de transporte público colectivo, as pessoas recorrem muitas vezes aos "boda-boda"e às chamadas “carrinhas-táxi”. São, de acordo com Gregório, “a melhor forma de andar em Kampala”, pois as motorizadas conseguem deslocar-se “como serpentes no trânsito frenético da capital”. Na larga maioria, são conduzidas por homens. “Não é ainda socialmente aceite uma mulher conduzir motociclos no Uganda, encontrei somente duas valentes desafiadoras”, revela.

Para esta série fotográfica, Gregório contou com a cumplicidade do seu motorista que o auxiliou na realização das fotos, captadas de uma forma natural e espontânea. No início, o condutor não entendia o porquê de o viajante lhe pedir para abrandar quando queria tirar uma foto a um "boda-boda", mas no final já ele abrandava instintivamente quando certos veículos atravessavam a estrada. 

Gregório Cunha percorreu o país também em duas rodas como especialista de comunicação, no âmbito de uma missão humanitária da União Europeia. Esteve também na fronteira do Sudão, junto aos refugiados da Guerra do Congo, e na Etiópia, durante três semanas. Espera voltar um dia: “O país é espectacular para fotografar e visitar. Na minha opinião, é o país mais seguro e acolhedor.”

Gregório Cunha
Gregório Cunha
Gregório Cunha
Gregório Cunha
Gregório Cunha
Gregório Cunha
Gregório Cunha
Gregório Cunha
Gregório Cunha
Gregório Cunha
Gregório Cunha
Gregório Cunha
Gregório Cunha
Gregório Cunha
Gregório Cunha
Gregório Cunha
Gregório Cunha
Gregório Cunha
Gregório Cunha
Gregório Cunha