A política do futebol
Os políticos sonham com um mundo em que serão tão adorados como o Sr. Cristiano Ronaldo ou, mais modestamente, como o Sr. Tozé Marreco. E deliram com a hipótese, remota, de terem tanto poder como o Sr. José Mourinho.
A Sky Sports oferece uma simpática opção aos espectadores dos jogos da Premier League inglesa. Podem vê-los escutando o silêncio dos estádios vazios ou com o som de uma multidão que não está lá. Em Portugal, não há alternativa. Só temos futebol com os cânticos desafinados dos políticos. Ao piquenicão institucional em que se transformou a nomeação de Lisboa como sede da fase final da Liga dos Campeões só faltou as bifanas, as entremeadas e as “minis”. Na impossibilidade de um arraial de arromba, o Sr. António Costa decidiu fazer um número à moda dos velhos tempos do Parque Mayer. Decidiu transformar o evento num agradecimento aos portugueses e aos profissionais de saúde. Como se estivesse a entregar-lhes a taça de vencedores da Liga dos Campeões. Obliterando assim o sofrível pagamento que recebem os profissionais do SNS. A ideia era, claro, que a final da prova ressuscitasse o turismo lisboeta, inundando a capital de milhares de adeptos desejosos de ver as suas equipas, de beber cerveja e gastar dinheiro. Era uma estratégia digna do melhor Excel e dos iluminados assessores residentes em São Bento. O pauzinho na engrenagem foi o aumento do nível de contágios na região de Lisboa.
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