Críticas aos equipamentos da selecção não afectam vendas

A escolha de cores e de design não agradou aos adeptos. Lá fora, há outros equipamentos que também não convenceram os fãs de clubes estrangeiros.

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Cristiano Ronaldo, capitão da selecção nacional, com o equipamento principal Federação Portuguesa do Futebol/Twitter
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Jéssica SIlva, futebolista portuguesa, que joga pelo Olympique Lyonnais, com o equipamento principal Federação Portuguesa do Futebol/Twitter
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Adeptos da selecção portuguesa não gostaram do equipamento alternativo apresentado pela FPF Federação Portuguesa do Futebol/Twitter
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Equipamento alternativo Federação Portuguesa do Futebol
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Equipamento alternativo Federação Portuguesa do Futebol
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Equipamento principal Federação Portuguesa do Futebol

Depois de apresentados os novos equipamentos da selecção pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), em Setembro, a tempo de serem utilizados no Campeonato Europeu de 2021, os adeptos parecem não ter gostado da escolha, em especial do equipamento alternativo.

Em 2004, quando Portugal recebeu o Europeu e a selecção nacional chegou à final frente à Grécia, não levando para casa o grande troféu por um golo, os jogadores envergavam camisolas vermelhas e calções verdes. Agora, 16 anos depois, essas mesmas cores voltam a estar presentes no equipamento principal.

Quanto a esta escolha, os fãs nada têm a apontar à excepção dos dois botões no colarinho da camisola. Este pormenor faz que se assemelhe a um pólo, ao invés de uma camisola desportiva. Os comentários nas redes sociais não se fizeram esperar depois da publicação das fotografias oficiais pela FPF, com Cristiano Ronaldo e Jéssica Silva como embaixadores. Os internautas referem que a camisola tanto pode ser utilizada num jogo, como para uma festa ou outro tipo de evento.

Já o equipamento alternativo que, com um fundo turquesa claro, apresenta listas horizontais em verde, vermelho e preto, não agradou. Este é um design nunca antes visto num equipamento da selecção portuguesa, que ao longo dos anos se tem pautado maioritariamente pelos tons encarnados. Outra grande crítica que se faz acompanhar daquelas feitas ao resultado final do equipamento é o seu valor. O conjunto da camisola, calções e meias chega aos 140 euros na loja oficial.

Alternativo vende mais

Contactada pelo PÚBLICO, a Federação Portuguesa do Futebol afirma que “a maioria das reacções nas redes sociais são avassaladoramente positivas” e que “o dia de lançamento dos novos equipamentos foi o melhor dia de vendas na Portugal Store” desde que a loja existe. Acrescenta ainda que o número de vendas destes equipamentos tem sido “bastante superior ao dos equipamentos de 2018 em relação ao período homólogo” e ressalva que “a nível internacional o alternativo vende mais”.

Como “barómetro” de avaliação do feedback das pessoas analisaram a publicação feita na página da FPF do Facebook com o anúncio dos novos equipamentos e a respectiva interacção dos internautas — composta por “reacções, comentários e partilhas”. Então, em 11 mil reacções à publicação, 9600 eram gostos, 1600 são corações e 36 dividem-se entre o “surpreendente”, “tristeza” e “irritação”.

Já os comentários, refere Luís Sobral, director-geral adjunto, “são apenas uma das variáveis de reacção a um conteúdo e não conta a história toda”. “Existe muito mais aceitação do que rejeição e isso também se reflecte nas vendas dos novos kits, onde tanto o principal como o alternativo têm sido autênticos campeões de vendas.”

Para Carlos Coelho, especialista em marcas e marketing, “um equipamento alternativo é isso mesmo que pretende ser e do ponto de vista da novidade comercial tem muito mais interesse que seja diferente”, de forma a chamar a atenção do cliente. A pressão das vendas é um factor que o especialista aponta como justificador da escolha de um design inédito na selecção nacional. Ainda assim, “diria que ganhava mais em ter equipamentos mais sólidos, mais consolidados, mais intemporais.”

Equipamentos sui generis

Esta não é a primeira vez que os adeptos expressam o seu desagrado em relação aos equipamentos futebolísticos. Em Julho, o Benfica (SLB) divulgou as camisolas para a época 2020/21 e os comentários que se seguiram também tiveram um registo negativo. O principal motivo são as cores monocromáticas utilizadas no símbolo do clube — em dourado e preto no oficial, e cinzento e preto no alternativo —, que, por norma, utiliza o vermelho e o branco no símbolo da águia. O comentador desportivo Pedro Adão e Silva recorreu ao Twitter para apelidar as novas camisolas de “aberração”.

Além-fronteiras há adeptos de outros clubes que se queixam do mesmo mal que os portugueses. O Inter Milão perdeu as típicas riscas verticais e o equipamento alternativo fica marcado por um fundo branco atravessado por listas azuis e pretas que formam grandes quadrados. No caso do Manchester City, o padrão peculiar em tons azuis-claros não tem precedentes. O do alemão Hertha Berlin e da selecção japonesa revelam cores e formas semelhantes, numa espécie de pintura abstracta. Já o do Chelsea FC tem um ar bastante aconchegante para andar por casa.

Todos estes equipamentos da época 2020/21 têm sido criticados por muitos adeptos, que confessam não lhes agradar a nova imagem dos seus clubes e afirmam que não irão adquirir as peças, já à venda nas lojas oficiais.

Texto editado por Bárbara Wong

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