Hoje são os ciganos em Portugal. E amanhã?
Em Portugal, a par do racismo contra os negros, destaca-se a ciganofobia, que urge atacar nas suas causas e consequências.
Ao definir o anti-semitismo de novo tipo, “moderno”, surgido no século XIX, enquanto fenómeno político do pensamento ideológico racial, Hannah Arendt mostrou a diferença relativamente à expressão de ódio aos judeus de carácter religioso e cultural a que se assistia desde pelo menos a Idade Média. O anti-semitismo laico terá surgido, por volta de 1870, precisamente num período de emancipação e assimilação dos judeus na Europa (veja-se o caso Dreyfus, de um judeu no Exército). A par do darwinismo social e do eugenismo, revelou-se um anti-semitismo segundo o qual os judeus já não eram identificados como pertencentes a uma minoria religiosa e cultural, mas enquanto “raça”. Depois, ao decidir, na base dos seus próprios critérios raciais, que determinado grupo de seres humanos não tinha o direito de viver na terra, o regime nazi escolheu o local e prazo do seu extermínio, num processo por etapas, no que é conhecido como o Holocausto (ou Shoá).
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