Filipa Pato: “Cada aldeia da Bairrada tem uma expressão diferente, que é evidente quando se trabalha com a casta Baga”
Engenheira química e rebelde como o pai, Filipa Pato apostou em 2001 numa carreira própria, com o lançamento de um vinho experimental que ajudou a colocar na sua vida aquele que é hoje o seu marido e parceiro de negócio, o belga William Wouters. Vinte anos depois, os vinhos Nossa estão presentes em mais de 40 países.
As alternativas eram trabalhar com o pai, Luís Pato, principal referência da Bairrada e um dos produtores nacionais mais aclamados no país e no exterior, ou então fazer-se à vida e seguir o seu próprio caminho. Filipa Pato escolheu a segunda hipótese e está a sair-se bem. Fez o primeiro vinho, o Ensaios Bical & Arinto, em 2001 e em apenas duas décadas conseguiu criar um projecto consistente e reconhecido, a partir de vinhas velhas situadas em Óis do Bairro, junto à casa da família e onde faz sobretudo brancos, e em Murtede, perto da Mealhada, onde produz os seus tintos mais exclusivos da casta Baga. Um projecto que desde 2014 conta com a colaboração activa do marido, o chef/sommelier belga William Wouters e que ambos celebraram no passado mês de Outubro na Bairrada com três dias de provas e o lançamento de um espumante especial, o Nossa Solera (ver caixa). Nesta entrevista, Filipa Pato explica as razões que a levaram a sair da sombra do pai, mas não da Baga e da Bairrada, e justifica a aposta na viticultura biodinâmica como a melhor forma “de activar a vida do solo depois de muitos anos em convencional”. “Todos os anos vemos esse efeito nas vinhas que comprámos. A maturação da Baga em biodinâmica é muito mais homogénea e os taninos mais suculentos e menos secos”, diz.
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