A bordo de um Tesla, mulher contou com o marido no trabalho de parto enquanto o carro tratou da condução

O pai da criança, que seguia aos comandos do veículo, accionou o piloto automático do automóvel para prestar assistência à mulher. Maeve nasceu ainda antes de chegarem ao hospital.

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Maeve ficou conhecida no hospital como a "bebé Tesla" DR\Facebook Yiran Wu Sherry

Yiran Sherry acordou numa manhã de Setembro para lavar roupa na sua casa na Pensilvânia, EUA, e para preparar o filho de três anos para a escola. Mas os seus planos foram por água abaixo quando a filha decidiu conhecer o mundo no banco do passageiro da frente de um Tesla Model 3 preto.

“Eu estava a antecipar um bom dia no hospital”, disse o marido, Keating Sherry, de 34 anos. “Foi um choque.”

Ainda em casa, Yiran, de 33 anos, percebeu que ocorrera a rotura da bolsa amniótica, mas, acreditando que ainda demoraria algum tempo até atingir a dilatação total, insistiu com o marido para irem deixar o filho ao jardim-de-infância antes de seguirem para o Hospital de Paoli. Na altura, o intervalo entre contracções já tinha passado de uma para meia hora.

Só que nenhum deles contou com o trânsito. E um percurso de menos de 12 quilómetros, que habitualmente realizam em 20 minutos, tornou-se uma odisseia.

Apesar de Yiran ser mãe de segunda viagem, sentiu-se uma novata nestas andanças, já que o primeiro filho nascera de cesariana. A mulher recorda que se agachou no banco do passageiro, tentando controlar as dores das contracções. De vez em quando, olhava para o mapa no ecrã que ocupa a parte central do tablier dos Tesla, a tentar perceber se estariam perto do hospital, mas a maioria do tempo concentrou-se na respiração, tirando proveito do tempo em que foi instrutora de ioga.

Já Keating activou o Autopilot, o sistema da Tesla de condução semiautónoma, em que o carro é capaz de acompanhar o veículo da frente, acelerando, travando e desenhando a trajectória em conformidade, para conseguir desviar os olhos da estrada. O homem deixou a mão esquerda no volante (se os sensores deixarem de sentir a presença do condutor desligam o piloto automático) e deu a direita para que Yiran pudesse apertar a cada contracção.

“Ela estava a apertar-me a mão ao ponto de eu pensar que a ia partir”, recordou Keating Sherry ao Philadelphia Inquirer. “Eu estava [a dizer] ‘Yiran, OK, concentra-te na tua respiração’.” No banco de trás, Rafa ia perguntando se a mãe estava bem.

“Inicialmente, estava a tentar mantê-la [cá dentro], mas a meio do caminho pensei: ‘Devo fazer força?’”, lembrou Yiran. “A partir da televisão ou do cinema, pensei que talvez devesse fazer força... Devia ter percebido que ela nasceria.” Na altura em que a família chegou ao hospital, a bebé já tinha vindo ao mundo.

No instante em que chegaram, um pediatra saiu do edifício para os ajudar e chamou mais pessoal médico. O cordão umbilical foi cortado ainda no banco da frente do carro antes de levarem Yiran e a bebé para dentro do edifício e se certificarem de que ambas estavam bem. Enquanto isso, Keating tratou de dar uma limpeza rápida ao carro antes de ir buscar a família ao hospital no dia seguinte.

“O poder das mães é uma coisa extraordinária”, disse Keating. “Sinto-me incrivelmente abençoado por ter Yiran como mulher e companheira. Face a uma experiência como esta, não há palavras que lhe façam justiça.”

A bebé recebeu o nome de Maeve, mas Keating ainda tentou que o segundo nome fosse Tess (de Tesla). No entanto, a ideia foi rapidamente vetada pela mãe que escolheu Lily para segundo nome. No hospital, ficou conhecida como a bebé Tesla.

Já o automóvel, estão a pensar ficar com ele no fim do tempo do leasing. Afinal, mais que um meio de transporte, este Model 3 foi palco do nascimento da filha.

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