Sniper americano

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Da janela de um apartamento, um homem procura controlar o ímpeto de puxar o gatilho. The Sniper (1952) de Edward Dmytryk, coloca-nos sob o ponto de vista do atirador para nos implicar na patologia de Eddie Miller, para não reduzirmos as suas acções a uma maldade ilegítima. Recentemente saído da ala psiquiátrica da cadeia, odeia as mulheres, quer puni-las pela sua volúpia, o resultado de uma memória de infância, a relação com a mãe, a nódoa que não desaparece. Um sniper, então, que contraria a ideia do cobarde que mata oculto pela distância: o protagonista pune-se no acto preventivo e masoquista de queimar a mão direita, procura auxílio médico, escreve à policia para que o impeçam de voltar a atacar. Levantam-se, então, duas barricadas: o psicólogo (e os detectives), que defende a captura de Miller e o seu possível tratamento, e uma imprensa que, perante a ineficácia da lei, exige a punição do sniper enquanto ensaia primeiras páginas que propagam a histeria na cidade.

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