Zhora em Alexandria

“Vivo no Cairo há mil anos, conheço bem os riquexós egípcios. Deixa-me falar com eles.” Fiquei nas mãos dela como Pessanha nos braços do ópio.

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HUMBERTO LOPES

Na Rua Sayed Karim há um tribunal. Em certos dias chegam carrinhas celulares com janelas esguias e gradeadas, sinistras como as dos canis. Trazem prisioneiros para os juízes enfastiados decidirem sobre as suas vidas. Um dia, os mirones viram um rosto de mulher com um lenço claro recortado na sombra de uma das janelas. Um rosto fugaz e uns olhos perdidos à procura de alguém que não tinha vindo.

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