Bernardo Motta. Ciência e religião são incompatíveis?

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Esta semana, no podcast 45 Graus, o convidado é Bernardo Motta, engenheiro electrotécnico que é também um católico convicto. Junta à formação científica um conhecimento profundo da filosofia da religião e dos debates entre crentes e ateus que têm marcado as últimas décadas - nos quais, claro, assume uma posição de defesa do cristianismo.

Bernardo Motta tem-se dedicado a estudar a história do cristianismo e a sua relação com a ciência. Depois do livro Do enigma de Rennes-le-Château ao Priorado de Sião, publicado em 2005, que desmontava as teses defendidas por Dan Brown no livro O Código Da Vinci, o convidado tem-se dedicado sobretudo à relação do cristianismo com a ciência, por exemplo, através do curso “Cristianismo e Ciência”, que chegou a ser leccionado alunos dos mestrados em física e matemática do Instituto Superior Técnico. Em 2017 publicou o livro O Milagre do Sol segundo as testemunhas oculares, onde defende simultaneamente a tese do milagre e uma explicação meteorológica (i.e. científica) para o que foi observado e descrito na Bíblia.

Embora o convidado seja um católico ortodoxo, tem um gosto grande no debate com não crentes. Distingue-se neste aspecto de muitos crentes, que remetem a crença em Deus para uma questão subjectiva, de fé - e, portanto, onde o debate é irrelevante. Pelo contrário, para o convidado, a existência de Deus é algo que pode ser provada, filosófica e cientificamente, e, portanto, é um debate tão ou mais relevante do que qualquer outro.

Bernardo Motta começa por falar sobre como entrou nestes meandros dos debates sobre religião, quando se dedicou a estudar a teoria que esteve na origem de O Código Da Vinci. A primeira parte da conversa é em grande parte dedicada à relação do cristianismo com a ciência moderna. São discutidos alguns argumentos para a existência de Deus, se é possível compatibilizar a narrativa criacionista com a evolução, os mistérios da origem da vida na Terra, o universo, o mistério da consciência (que sentimos como algo imaterial), entre vários outros.

Jesus, a experiência pessoal do Divino, a alma e o “problema do mal”

Na segunda parte da conversa com Bernardo Motta, fala-se sobre questões como a figura de Jesus, a experiência subjectiva do divino e o eterno “problema do mal”.

O ponto de partida foram as três razões que o convidado dá para se afirmar católico: a certeza de que Deus existe (abordada na primeira parte da conversa), a convicção de que Jesus Cristo é Deus e a convicção de que a doutrina original da Igreja está mais próxima da católica do que da protestante.

A convicção de que Jesus Cristo é Deus é a marca essencial do cristianismo, um dogma em quase todas as denominações. Daqui se parte para discutir a figura de Jesus e o que, no entender do convidado, se pode dizer da veracidade histórica dos relatos do Novo Testamento. Passa-se então para questões como a experiência pessoal do divino, seguindo-se o chamado “problema do mal”, isto é, porque é que há mal no mundo?


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