Antes de falarmos sobre com segurar um animal, é importante sabermos quando e se devemos fazê-lo. O cão e o gato evoluíram graças à capacidade de interpretarem a nossa linguagem não-verbal e conseguirem corresponder às nossas expectativas e necessidades. 85% da linguagem destes animais é não-verbal. O que é que isto significa?
Que as vocalizações como ganir, ladrar e rosnar correspondem apenas a 15%. Incrível, não é? Presta atenção aos sinais que o teu animal dá: posição dos olhos, das orelhas, da cabeça, da cauda, entre outros, são indicativos do que ele está a sentir naquele momento, lugar ou circunstância. Saber identificar os sinais de negativos, salva-nos de muitas mordidelas ou arranhões indesejados.
Se mesmo identificando os sinais para iniciar contacto físico, há necessidade de manipulação, então temos que ter estratégias e cautela. A forma como devemos segurar ou levantar um animal, deve ter em consideração alguns aspectos:
A espécie
Manipular um cão e um gato de forma correcta é completamente diferente. Existem zonas do corpo do gato que são “proibidas”, como por exemplo a barriga, enquanto no cão são exactamente o oposto, salvo raras excepções. Falando dos gatos, a grande maioria tem um peso corporal que nos permite segurá-los apenas com um braço. A única excepção são os gatos grandes ou que sofrem de obesidade, os quais devemos suportar o resto do corpo.
O porte de um cão também influencia a forma como o manipulamos. Os cães pequenos podem ser segurados tal como os gatos. Os cães de médio porte devem ser levantados ou segurados em bloco: um braço rodeia o peito e segura o braço do cão, outro braço rodeia a parte detrás das coxas e segura a perna do cão.
Os cães de grande porte exigem mais do que uma pessoa, por vezes três ou quatro, mas a ideia é exactamente a mesma. Nunca devemos pegar nos nossos animais como se fossem um bebé humano: pelos braços com o animal na vertical.
Dor
Se soubermos ou simplesmente suspeitamos que um animal tem dor localizada, devemos evitar abordar essa zona ou pegar nele de forma a que o próprio peso do animal possa provocar dor. Por exemplo, se eu tenho um animal com dor abdominal, por pancreatite, não devo tocar ou pressionar a barriga, porque a manifestação de dor pode ser abrupta e terminar numa mordida.
Segurança
Devemos sempre primar pela nossa segurança; se não for seguro para nós, então não devemos iniciar contacto. Nos gatos, resulta muito bem segurar e manipulá-los com recurso a uma manta. O animal vai sentir-se protegido e as nossas mãos e braços vão ter uma primeira barreira de defesa contra 20 garras e uma boca.
Quanto aos cães, a nossa abordagem deve ser lateral e nunca frontal, dar tempo ao cão para nos cheirar a roupa, mãos sempre abertas com a palma virada para cima – não temos nada para lhes esconder. Nos cães pequenos, podemos recorrer a uma manta e os de porte maior vão exigir outras ferramentas como trela, colar isabelino e/ou açaime.