Meias-finais reescreveram a história do Mundial

Os intervenientes das meias-finais garantiram entretenimento e colocaram os seus nomes nos livros dos Mundiais.

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Messi e Mbappé têm sido as maiores figuras deste Mundial e vão enfrentar-se na final. EPA/Mohamed Messara / Ali Haider

Foi um caminho e uma combinação de resultados que após 62 jogos colocaram pela primeira vez Argentina e França, frente-a-frente, na final de um Mundial. No último obstáculo que enfrentaram antes de alcançar a partida decisiva não se deixaram surpreender e contribuíram com novas narrativas para a maior competição desportiva do mundo.

Argentina em excelente forma

O desaire com a Arábia Saudita foi há pouco mais de três semanas, mas parece que ocorreu há bem mais tempo. A Argentina que chega à final não é a mesma que perdeu a jornada inaugural do Mundial com a turma de Hervé Renard – desde 2010 que tal não acontecia, quando a Espanha iniciou o torneio a perder com a Suíça, mas acabou por conquistá-lo.

Desde então, a Argentina venceu todos os cinco jogos que realizou e marcou um total de 12 golos – um valor apenas ultrapassado pelos 14 que marcou da última vez que venceu o Mundial, em 1986.

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Messi está em alta

As exibições de Lionel Messi têm sido indispensáveis para o sucesso da “albiceleste” – com um golo e uma assistência na meia-final, frente à Croácia, o jogador do Paris Saint-Germain soma agora cinco golos e três assistências no Mundial (ambos os melhores registos da sua carreira numa só edição da prova).

Para além disso, Messi chegou aos 11 golos em Mundiais, sendo agora o maior goleador argentino de sempre da competição, ultrapassando os 10 de Batistuta. Chegou também ao total de oito assistências em Mundiais, igualando o registo de Maradona – os dois são os jogadores com mais passes para golo na competição desde 1970.

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O talismã Julián Álvarez

Com um bis decisivo frente à Croácia, Julián Álvarez chegou aos quatro golos no Mundial (antes disso, só tinha três pela selecção). Com 22 anos, tornou-se no segundo jogador mais jovem de sempre a bisar numa meia-final do Mundial; o mais jovem foi Pelé, em 1958, com 17 anos.

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Terminou o conto de fadas croata

Depois de ter surpreendido o globo ao chegar à final do Mundial de 2018, o pequeno país com 3,9 milhões de habitantes ameaçou fazer o mesmo no Qatar, mas acabou por cair para o jogo de disputa de terceiro lugar, após a derrota por 3-0 com a Argentina, que foi a maior da história da nação europeia num Mundial. No entanto, na única vez que participou nesse jogo, conquistou mesmo o último lugar do pódio, quando venceu os Países Baixos (2-1) em 1998.

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França pode bater recorde com 60 anos

Foi a primeira selecção a marcar a Marrocos (o único golo que sofrera na competição até ao embate com os gauleses fora um autogolo) e a quinta a repetir a presença na final de um Mundial depois de ter ganho a edição anterior. Só Itália (em 1934 e 1938) e o Brasil (em 1958 e 1962) é que revalidaram o título de campeões do mundo.

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Didier Deschamps rima com sucesso Mundial

Depois de ganhar o Mundial como jogador (1998) e como treinador (2018), Deschamps (que é o seleccionador francês há 10 anos) pode tornar-se apenas no segundo técnico a vencer dois mundiais consecutivos, depois do italiano Victorio Pozzo (que liderou a Itália nos anos 30).

No jogo com Marrocos, Deschamps chegou ainda à sua 14.ª vitória em Mundiais como treinador, estando a apenas duas de igualar o alemão Helmut Schon como o técnico com mais vitórias na competição.

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Mbappé, o fantasista

Para além de liderar a lista dos jogadores com mais golos (5) a par com Messi, e de ter duas assistências com o seu nome, Kylian Mbappé também se tem destacado no drible. Nos últimos dois Mundiais, somente em cinco jogos é que um jogador francês completou cinco ou mais dribles. Esse jogador foi sempre Mbappé.

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Kolo Muani fez muito com pouco

Foram apenas 44 segundos que Randal Kolo Muani necessitou para marcar frente a Marrocos: este foi o terceiro golo mais rápido de sempre marcado por um suplente entrado em campo num Mundial.

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Hugo Lloris: senhor-longevidade

Depois de, nos quartos-de-final, se ter tornado no gaulês mais internacional de sempre, caso Hugo Lloris alinhe de início na final do Mundial (o que deverá ocorrer, a menos que surja algum imprevisto), chegará ao seu vigésimo jogo no torneio – o máximo entre guarda-redes, ultrapassando Manuel Neuer.

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En-Nesiry foi quase inexistente

Apesar de ter estado em campo por 66 minutos, a actuação de Youssef En-Nesyri (autor do golo que eliminou Portugal) frente a França teve um impacto praticamente nulo. É que durante esse tempo, o jogador do Sevilha deu apenas três toques na bola (que, pelo menos, se reflectiram em passes acertados).

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Final será um reencontro

França e Argentina encontrar-se-ão pela quarta vez na história da competição, tendo a primeira sido precisamente na primeira edição do Mundial, em 1930 (vitória dos argentinos por 1-0).

Curiosamente, das duas vezes seguintes em que se enfrentaram, uma delas acabaria mesmo por se sagrar campeã mundial. Em 1978, os sul-americanos venceram de novo (2-1) e há quatro anos foi a vez de os gauleses triunfarem, por 4-3 e com dois golos de Mbappé.

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Inter e Bayern Munique na final… de novo

Talvez o recorde mais peculiar do Mundial: desde 1982 que todas as finais da competição viram jogar pelo menos um jogador tanto do Inter de Milão como do Bayern Munique. No próximo domingo, Lautaro Martínez (do Inter), Pavard, Upamecano e Coman (os três do Bayern) poderão estender este recorde ímpar.

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