Fotografia
Na Afurada dos anos 60 e 70, pescadores e varinas viviam virados para o mar
As varinas conversam à soleira da porta, os pescadores reúnem-se em torno das redes de pesca, as crianças brincam sobre embarcações, junto à foz do Douro. A Afurada dos anos 60 e 70 vive na exposição com o mesmo nome, no Arrábida Shopping.
Carlos Tê descreve, numa letra musicada por Rui Veloso em 1980, uma Afurada onde "os pescadores conversam à porta do tasco", onde "as velhas cosem as redes cheirando o vento norte" e as varinas têm "o luto sempre à mão". É essa Afurada, anterior e posterior, que figura nas fotografias de época em exposição no piso zero do Arrábida Shopping, em Vila Nova de Gaia, até dia 27 de Fevereiro.
A mostra, organizada pelo Centro Interpretativo do Património da Afurada, revela o quotidiano passado de "uma comunidade que sempre dedicou a sua vida ao mar". As cerca de 30 fotografias, reunidas pelo Centro Interpretativo junto de fotógrafos amadores da região, são, no mesmo espaço, acompanhadas de vídeos com testemunhos de "anciãos" de São Pedro da Afurada e de espectáculos ao vivo de três ranchos folclóricos locais que decorrem a cada sábado do mês de Fevereiro pelas 17h. A 11 de Fevereiro, actuou o Rancho Folclórico da Afurada; a 18 de Fevereiro será a vez do grupo Cantadoiro e a 25 das Varinas da Afurada.
A Afurada do presente contrasta grandemente com a do passado, mas sem perder a ligação ao mar. O alojamento local, as trotinetes, os muitos turistas que procuram um cenário pitoresco vão, a bom passo, mudando a cara da pequena povoação.