A caminho do panótico digital

Na Internet das pessoas e das coisas ficará o nosso rasto e história pessoais, a informação necessária e suficiente para o exercício de uma hipervigilância que faz inveja aos panóticos de antigamente.

Foto
Exposicao de fotografia "Hospital ", patente em Novembro de 2912 no panóptico ( pavilhão de alta seguranca ) do já então desactivado Hospital Miguel Bombarda, em Lisboa NUNO FERREIRA SANTOS

Jeremy Bentham, filósofo, jurista e economista do utilitarismo como norma de conduta geral, escreveu em 1787 uma série de escritos intitulada Panopticon em que imaginou um modelo de arquitetura para otimizar a vigilância das pessoas em diversas instituições de controlo social, como prisões, hospícios, hospitais, escolas, etc. O panótico é um edifício circular com uma torre de vigilância ao centro e celas à sua volta, de tal modo que a luz exterior ilumina a cela para que todos os movimentos do preso sejam vistos, mas este não vê nada do exterior nem mesmo o vigilante na torre. Solidão, vigilância, punição, memória, prevenção, eis a lógica do panótico.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.