Cursos profissionais em Ciências Informáticas: quem são as estudantes em Portugal?
Se é uma rapariga estudante de um curso profissional em Ciências Informáticas, em qualquer escola de Portugal, ou tem alguma pessoa conhecida neles, entre em contato com este projeto de investigação.
No âmbito do projeto de investigação “Efeitos organizacionais e socioeconómicos da introdução dos cursos profissionais na escola pública”, as escolhas vocacionais das jovens estudantes em Portugal pelos cursos profissionais secundários em Ciências Informáticas estão a ser estudadas.
Do que trata esta investigação?
Para este projeto de doutoramento em Educação e Formação de Adultos, supervisionado pela professora doutora Natália Alves, na Unidade de Investigação e Desenvolvimento em Educação Formação (UIDEF) do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, estou a realizar uma investigação que procura conhecer as histórias de raparigas estudantes dos cursos profissionais secundários na área das Ciências Informáticas.
Quais são os principais objetivos desta investigação?
Os objetivos desta investigação sobre raparigas estudantes dos cursos profissionais secundários na área das ciências informáticas são os seguintes:
- Conhecer os processos de escolhas destas raparigas por esses cursos e o que planeiam fazer após formadas;
- Saber como foram as experiências delas durante os cursos profissionais, considerando as questões de género;
- Contribuir com informação relevante que possa auxiliar na diminuição das desigualdades entre homens e mulheres, nas profissões STEM (acrónimo em inglês de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, ou CTEM).
E por que conhecê-las?
Porque são poucas as jovens que escolhem esses cursos, que tradicionalmente são um ambiente mais masculino. À volta de 20% das inscrições nesses cursos em Portugal Continental são de raparigas. Se chegaram lá, considerando essa minoria, elas precisam de ser conhecidas. É preciso saber mais sobre estas jovens.
E por que isso é importante?
Dentro do universo das profissões mais bem remuneradas e com maior empregabilidade na atualidade, estão as ligadas às áreas STEM. No entanto, ainda são poucas as mulheres que nelas atuam.
Ouvimos falar muitas sobre a diferença entre os géneros nessas profissões, mas é importante ouvir as experiências das próprias estudantes que estão inscritas nestes cursos profissionais em Ciências Informáticas.
Este projeto quer saber o que elas viveram e pensam sobre as áreas profissionais em que estão a estudar e conhecer os desafios que encontraram. É preciso explorar essas desigualdades de género para procurar melhores oportunidades para as mulheres serem tudo o que quiserem.
Se queremos estimular a participação de mais mulheres nas tecnologias em Portugal, precisamos de estudos que deem visibilidade às experiências iniciais das raparigas nas áreas STEM e conhecer seus projetos de futuro. Os cursos profissionais podem ser uma porta de entrada (e de saída) importante para essas profissões.
Conhecer as experiências as mulheres ao longo das suas vidas dá visibilidade aos seus desafios e promove o conhecimento necessário para realizar as mudanças sociais importantes.
Em que pode contribuir o leitor?
Se é uma rapariga estudante de um curso profissional em Ciências Informáticas, em qualquer escola de Portugal, ou tem alguma pessoa conhecida neles, entre em contacto connosco, através do email: anaguimaraesduarte@outlook.com. Todas as participações serão anónimas e assinar-se-á um acordo de confidencialidade. Todas as histórias são importantes e precisam ser contadas para estimular outras raparigas a seguirem estes cursos.
A autora escreve segundo o novo acordo ortográfico
Aluna de doutoramento em Educação e Formação de Adultos; bolseira de investigação no projeto “Efeitos organizacionais e socioeconómicos da introdução dos cursos profissionais na escola pública” na Unidade de Investigação e Desenvolvimento em Educação Formação (UIDEF) do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa