No Museu Malhoa, agora sem infiltrações, Inês continua a fazer perguntas

Pintura mostra uma jovem negra nua, num cenário sem referências. É de 1938 e pode sem esforço lançar múltiplos debates que interessam hoje. Nas Caldas da Rainha, longe dos centros.

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Inês, de Eduardo Malta, uma pintura com quase 90 anos que tem muito a dizer ao público de hoje Matilde Fieschi
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O próprio nome da pintura aponta para outro tempo, para uma época em que a sexualização da mulher no contexto da arte era comum e parecia não haver quem se questionasse a respeito. Sobretudo se essa mulher fosse negra. Inês – Cabrocha Brasileira (c. 1938) é o que aparece no título da sua ficha de inventário, também ela marcada por um vocabulário e um tom que, provavelmente, hoje já não se usaria: “Nu feminino. Figura juvenil, mulata, de pele castanha dourada; o corpo está de perfil, dirigido para a direita da composição e a cabeça voltada para o observador; olhos escuros, lábios rosados e cabelo negro ondulado, brilhante, com reflexos azulados, apanhado com um bandó na nuca.”

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