Renault Scénic E-Tech quer ser desportivo elétrico para a família moderna

O Renault Scénic volta como um crossover eléctrico para a família moderna, com uma autonomia que pode ir até 625km. As primeiras unidades chegam no inicio do Verão, a partir dos 40.690€.

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Os carros estão a ser fabricados em Douai na fábrica da Ampere, a entidade do grupo Renault focada em veículos eléctricos Renault
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O Scénic está disponível com duas capacidades de bateria distintas renault
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Os carros começam a chegar a Portugal em Julho renault
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Daquilo que conhecíamos do Renault Scénic, só restou o nome e a vocação familiar. Quase 30 anos depois de ter alcançado a fama como um monovolume compacto para as famílias europeias, o Scénic renasce como um crossover 100% eléctrico. A fabricante francesa quer mostrar que o carro apresentado em Setembro pode ser o símbolo de “uma nova geração de automóveis familiares” movidos a energia eléctrica, com um visual desportivo e moderno, e tecnologia que os torna mais fiáveis e “inteligentes”.

Os planos parecem correr bem: no final de Fevereiro, o Scénic foi eleito Carro Internacional do Ano no Salão Automóvel de Genebra, ultrapassando rivais como o BMW Série 5, o Peugeot 3008 e o BYD Seal.

Há quatro níveis de equipamento disponíveis, com duas capacidades de bateria. A versão de entrada (40.690 euros) vem com um motor eléctrico de 125 kW (170cv) que leva o condutor dos 0 aos 100 km/h em cerca de 8,6 segundos, e uma bateria de 60 kWh que promete um alcance de 430 quilómetros, o que, na teoria, dará para unir Lisboa ao Porto sem parar.

Já a versão com um motor de 160 kW (220cv), que conduzimos numa apresentação do modelo em Málaga, Espanha, chega aos 100 km/h em 7,9 segundos e vem com uma bateria de 87 kWh, a prometer um alcance de 625 quilómetros.

Em termos de design, o logótipo Nouvel’R é o centro das atenções na dianteira, integrado entre formas de diamante que se fundem com os faróis e dão um visual futurista ao carro, ao mesmo tempo que simulam a grelha dos veículos a combustão. Outro dos elementos de destaque é o tecto panorâmico Solarbay, que muda de tonalidade (de transparente para opaco) com o toque de um botão e permite definir configurações distintas para o condutor e passageiros.

A marca salienta que se esforçou por incorporar materiais reciclados, tanto no exterior como exterior: cerca de 98% do material usado nos tapetes, por exemplo, é reciclado a partir de garrafas de plástico, e o capot e as portas incorporam até 40% de alumínio reciclado.

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O Solarbay permite configurações distintas para quem segue à frente e atrás Renault
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A "grelha" do Scénic dá um ar moderno e futurista ao crossover Renault

Primeiras impressões

Em viagem, o novo Scénic atinge facilmente velocidades de auto-estrada quando necessário e não perde força nas subidas (mesmo as mais íngremes). A taragem das molas e da suspensão permite absorver solavancos na estrada, o que resulta numa condução confortável. O Solarbay é uma novidade bem-vinda que dá a sensação de viajar num espaço aberto e cheio de luz, sem ser ofuscado pelos raios de sol.

É preciso, no entanto, alguma atenção no ajuste do banco antes de arrancar: os pilares largos do pára-brisas podem comprometer a visibilidade, algo que não é imediatamente óbvio, mas fácil de resolver com várias opções para regular a altura e a distância do banco do condutor.

De resto, o habitáculo é espaçoso e moderno com vários espaços de arrumação à frente e atrás (a mala tem uma capacidade de 545 litros) e é reconfortante ver um volante e consola que incluem botões que não fazem parte de um ecrã — por vezes, simplifica. Em teoria, também é possível falar directamente com a assistente da Google, que está integrada no OpenR Link, o sistema multimédia da Renault, mas é preciso conhecer as expressões correctas. A marca está a preparar uma lista dos comandos de voz aceites (70, no total) para fornecer aos seus clientes quando os carros chegarem a Portugal em Julho.

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O habitáculo é espaçoso Renault
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Há muitos botões fora de ecrãs no novo Scénic Renault

Para acalmar preocupações com autonomia dos carros eléctricos — a chamadarange anxiety (ansiedade com alcance) —, o painel de instrumentos do Scénic apresenta uma estimativa da autonomia do veículo com base no estilo de condução. “Há muitas pessoas que continuam com medo de perceber melhor a tecnologia. O ADN Renault é desmistificar e simplificar a tecnologia e o Scénic faz parte disso”, defendeu o director-geral da Renault Portugal, José Pedro Neves, numa sessão com jornalistas em Málaga.

Vocação familiar

Mesmo com o visual desportivo, o Scénic mantém claramente a vocação familiar. Além do amplo espaço de arrumação e portas de carregamento USB-C para viagens mais longas, o modelo inclui várias ferramentas de inteligência artificial (IA) para garantir a segurança.

É o caso do sistema de condução assistida Stop & Go, que permite que o carro trave e arranque, automaticamente, quando se encontra “parado” no trânsito, mantendo uma distância segura em relação aos veículos da frente. Já a travagem de emergência recorre a uma câmara e um sensor de radar para activar, automaticamente, os travões e evitar colisões frontais.

Para ajudar os condutores a reduzir o risco de acidentes, também inclui um “treinador de segurança” (Safety Coach) que aconselha o condutor sobre o seu comportamento e hábitos de condução.

Quatro níveis de equipamento

Com a motorização base (bateria de 60 kWh com motor de 125 kW), o Scénic está disponível nas versões de equipamento Evolution (o único sem Solarbay) e Techno. Já para a motorização de 160 kW com bateria de 87 kWh, há quatro níveis de equipamento: Evolution, Techno, Esprit Alpine e Iconic.

A versão de topo Iconic (a partir de 52.650 euros) vem com o sistema de som Harman Kardon com nove altifalantes, volante aquecido, e detalhes em madeira de faia no painel de instrumentos e nas portas. A versão Espirit Alpine chega com jantes de 20 polegadas e detalhes em azul que se inspiram na marca Alpine, a subsidiária de carros desportivos da Renault.

Todos os Scénic incluem de série uma câmara de marcha-atrás e uma bomba de calor que aproveita o calor produzido pela bateria e pelo propulsor para aquecer o habitáculo. Isto permite aumentar o alcance de um carro em ambientes mais frios e poupar energia — uma estratégia coerente com os novos pilares da Renault (ambiente, inclusão e segurança).

Os carros estão a ser fabricados em Douai na fábrica da Ampere, a entidade do grupo Renault focada em veículos eléctricos.

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