Provedoria dos Animais de Lisboa propõe nova sinalética para proteger animais em casos de emergências
A recomendação visa a criação de uma “sinalética especial” no Código da Estrada para alertar para a presença de colónias e zelar pela segurança dos gatos que circulam pelas ruas.
A Provedoria Municipal dos Animais de Lisboa propõe a criação de uma sinalização própria que alerte para a existência de colónias nas proximidades. O objectivo é proteger os seres cuja segurança pode ser posta em causa “no espaço público de uma grande cidade”, especialmente “em contexto de emergência ou catástrofe”, como se pode ler num comunicado de imprensa da instituição.
Em causa está o sismo que se fez sentir em várias zonas do país, incluindo Lisboa, no dia 26 de Agosto. Embora não se tenham registado vítimas nem danos graves, a situação poderia ter deixado vários animais numa situação mais vulnerável – principalmente aqueles que já se encontravam na rua.
Muitos dos felinos existentes nas ruas de Lisboa estão sob os cuidados das Colónias CED (Capturar, Esterilizar, Devolver), onde “permanecem mais de 12.000 gatos”. Na sequência do sismo, a Provedoria recebeu vários contactos telefónicos das cuidadoras destas Colónias, que pediram auxílio e indicações relativamente aos procedimentos a tomar face aos animais que vagueavam pelas ruas numa situação de emergência.
A Provedoria entende que esta sinalização de alerta pode contribuir para a sua protecção, pretendendo mesmo que seja "revista no âmbito do Código da Estrada". Deste modo, será possível, não apenas sinalizar a presença das colónias, mas também informar "as cuidadoras e moradores que residem perto para onde podem reportar um pedido de auxílio para estes animais", tanto em situações do quotidiano como em casos excepcionais de emergência. Segundo a proposta, a sinalização incluiria uma placa com um Código QR, que poderia ser lido para gerar estas indicações.
A proposta será oficializada junto do Executivo a Câmara Municipal de Lisboa. Pedro Emanuel Paiva, provedor dos Animais de Lisboa desde 2022, encara esta medida como uma continuação de propostas anteriores em que também se procurava proteger os animais que circulam pelas ruas da capital. “Em cenários de emergência não nos podemos esquecer de assegurar a integridade e a segurança de todos os seres vivos”, lê-se no comunicado.
Texto editado por Ana Fernandes