Hezbollah confirma morte do líder. Irão promete vingança, Biden fala em “medida de justiça”

Grupo confirma informação adiantada por forças israelitas. Ali Khamenei pede que muçulmanos se juntem no combate a Israel, União Europeia apela a que espaços aéreos israelita e libanês sejam evitados.

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Sayyed Hassan Nasrallah morreu em ataque israelita Mohamed Azakir / REUTERS
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O mundo ocidental acordou este sábado, 28 de Setembro, com o anúncio israelita da morte do líder do Hezbollah. De acordo com as Forças de Defesa de Israel (IDF), Sayyed Hassan Nasrallah foi uma das vítimas do ataque aéreo israelita lançado contra o quartel-general do grupo, organização que liderou durante 32 anos e que transformou numa das mais influentes na política e sociedade libanesa. Na manhã deste sábado, perante as notícias que percorriam o globo, o Hezbollah confirmou oficialmente em comunicado a morte do líder.

"A liderança do Hezbollah jura continuar a confrontar o inimigo [Israel], apoiar Gaza e a Palestina, e defender o Líbano e o seu povo honrado", pode ler-se no comunicado emitido pelo Hezbollah.

Biden: "Medida de justiça"

Numa declaração também publicada este sábado, o Hamas demonstrou publicamente apoio e solidariedade para com a organização libanesa após o ataque israelita. Seguiram-se ainda os incentivos dos houthis, que controlam algumas zonas do Iémen, garantindo que a resistência contra Israel prosseguirá e tem ainda espaço de crescimento.

A Rússia juntou-se também à lista de países que condenaram a morte de Nasrallah, deixando claro que o Estado hebraico é o único responsável no caso de o conflito tomar outras proporções após este ataque.

Os Estados Unidos da América estão no lado oposto. O Presidente, Joe Biden, classificou a morte do líder do Hezbollah como "uma medida de justiça" face às vítimas provocadas pelo movimento islamista. Já o secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, discutiu os mais recentes ataques com o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant. Numa publicação na rede social X, Austin disse que os norte-americanos defendem o direito israelita em proteger-se "contra grupos terroristas apoiados pelo Irão", expressando publicamente o apoio dos Estados Unidos ao ataque que vitimou o líder do Hezbollah.

As imagens das explosões no Líbano correram as redes sociais no final desta sexta-feira, tendo sido inicialmente avançado que os membros do Hezbollah tinham perdido todas as comunicações com o líder do grupo. Este foi o primeiro sinal de que algo não estava bem, com os rumores de que Sayyed Hassan Nasrallah foi um dos atingidos pelo ataque a adensarem-se com o prolongamento desta ausência de comunicações.

Khamenei protegido

O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, terá sido transportado preventivamente para um lugar seguro com protecção reforçada. Foi justamente o responsável iraniano a proferir a primeira reacção à morte de Sayyed Hassan Nasrallah – e, até ao momento, a mais impactante. Incitando os muçulmanos a lutarem contra Israel, Khamenei diz que é uma obrigação apoiar o povo libanês e o Hezbollah.

"É incumbência de todos os muçulmanos defenderem o povo do Líbano e o Hezbollah com todos os meios que tenham e darem assistência no confronto com o regime usurpador, opressivo e perverso", proferiu Ali Khamenei, criticando a morte de civis libaneses nos ataques israelitas.

Seguem-se agora trocas de provocações entre Israel e Irão. As forças armadas israelitas foram colocadas em regime de prontidão, esperando-se uma escalada no conflito. A União Europeia recomenda que não seja usado o espaço aéreo libanês ou israelita até ao fim de Outubro, com o aviso a poder ser prolongado além deste prazo inicial.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros francês adiantou ter informações que confirmavam a morte de Sayyed Hassan Nasrallah, um cenário que já foi oficialmente confirmado pelo grupo Hezbollah. Na noite desta sexta-feira, tinham sido avançadas notícias de que os militantes da organização tinham perdido contacto com o líder, depois do ataque israelita.

Os gauleses tentam agora impedir que o conflito sofra nova escalada, através de contactos com os parceiros regionais no Líbano.

De acordo com informações avançadas pela Organização das Nações Unidas, mais de 50 mil pessoas cruzaram a fronteira entre o Líbano e a Síria para escaparem a ataques israelitas. Filippo Grandi, responsável pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, publicou na rede social X (antigo Twitter) fotografias que mostram este êxodo, adiantando que há mais de 200 mil desalojados no Líbano.

Um voo com 44 cidadãos portugueses expatriados do Líbano chega na noite deste sábado a Lisboa. Estima-se que a aterragem aconteça entre as 21h e as 22h.

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