Uma mulher perdeu 12 mil dólares. Um estranho encontrou o dinheiro e devolveu-lho

“Ele mostrou honra. Muitas pessoas não passariam nesse teste”, disse Truong Huynh sobre o homem que devolveu o dinheiro à sua tia.

Foto
Dan Desfosses, à direita, gerente do Market Basket em Shrewsbury, Massachusetts, no parque de estacionamento da loja com Skip, que encontrou um envelope com 12.000 dólares e entregou-o no balcão de atendimento da loja Cortesia Truong Huynh
Ouça este artigo
00:00
03:33

Sempre que saía, Van Ha levava consigo um envelope cheio de dinheiro. Eram 12.000 dólares (10.860€), que planeava dar aos seus três filhos. Sentia-se mais segura mantendo a grande soma consigo do que a colocando em qualquer outro lugar, contou o sobrinho, Truong Huynh.

Mas, no dia 22 de Setembro, quando Ha, de 71 anos, regressou a casa depois de ter feito compras no Market Basket, em Shrewsbury, Massachusetts, o seu coração ficou apertado: o envelope tinha desaparecido.

Telefonou ao sobrinho em pânico, dizendo-lhe que as suas preciosas poupanças lhe tinham escapado da bolsa no parque de estacionamento ou na loja.

“Ela estava triste e admitiu o seu erro; não devia andar com o dinheiro assim”, diz Huynh, notando que Ha não fala inglês.

Huynh, 55 anos, concordou em levar Ha de volta ao supermercado para a ajudar a comunicar com os empregados da loja e tentar encontrar o envelope desaparecido.

Quando lá chegaram, o gerente da loja, Dan Desfosses, ofereceu-se para ver as imagens de vigilância para ver se conseguia identificar quando e onde o envelope tinha caído. Ele verificou, mas não teve sorte. “Via-se que ela estava perturbada”, disse Desfosses.

Foto
Van Ha não fala inglês e pediu ajuda ao sobrinho para localizar o envelope com o dinheiro Cortesia Truong Huynh

Embora Desfosses tenha encontrado imagens de Ha a sair do carro e a entrar na loja nesse dia, não viu o envelope em nenhum momento. Huynh relatou que ele e a tia se sentiram derrotados e angustiados, especialmente porque o dinheiro se destinava a ajudar a sustentar a família.

“Ela tenta ajudar os filhos”, disse Huynh. “Estávamos prestes a ir embora muito tristes.” Mas, eis que, quando estavam a entrar no carro para ir para casa de mãos vazias, Desfosses surgiu com boas notícias: um cliente tinha acabado de levar o envelope para o balcão de atendimento. E não faltava um único dólar.

“O olhar dela quando ele lhe devolveu o dinheiro não tem preço”, disse Desfosses.

O bom samaritano que o trouxe de volta só queria ter a certeza de que o dinheiro ia para o seu legítimo dono, testemunhou Desfosses. “Não sei se há muitas pessoas que fariam isso”, lamentou, enaltecendo o feito daquele estranho. “Mostra-nos do que ele é feito... Mostra-nos que há realmente algumas pessoas boas neste mundo.”

Huynh disse que ele e sua tia estavam absolutamente maravilhados pelo facto de o dinheiro ter sido devolvido. “Ficámos tão felizes que quase chorámos”, disse Huynh, acrescentando que pediu para tirar uma fotografia do homem com Desfosses.

O homem que devolveu o envelope identificou-se apenas como Skip, detalhou Desfosses, acrescentando que é um cliente habitual da loja e que a sua namorada trabalha no espaço. Desfosses e Huynh disseram que não sabiam o nome completo do homem.

“Ele mostrou honra”, disse Huynh. “Muitas pessoas não passariam neste teste.”

Depois de regressar a casa nessa tarde, com o dinheiro na mão, Ha decidiu que queria dar uma recompensa a Skip pela devolução da grande soma. Ela e o sobrinho voltaram à loja no final da tarde com 300 dólares (270€). Deram-no à namorada de Skip, uma vez que ele já lá não estava. O Washington Post não conseguiu contactar Skip ou a sua namorada para uma entrevista.

Num grupo local do Facebook, Huynh partilhou a história — que foi relatada pela primeira vez pelo Worcester Telegram — e elogiou Skip por ter feito a coisa certa. “É preciso um tipo especial de pessoa para fazer algo tão honesto e altruísta, e Skip, tu és um verdadeiro exemplo de integridade e compaixão”, escreveu Huynh. “Obrigado, Skip — tocaste mais vidas hoje do que podes imaginar.”


Exclusivo PÚBLICO/The Washington Post
Tradução: Carla B. Ribeiro

Sugerir correcção
Comentar