Aplicação de fitness Strava revela localizações confidenciais de líderes mundiais

Investigação de jornal francês seguiu uma viagem pessoal de Emmanuel Macron e uma estada privada de Joe Biden. Autoridades asseguraram que o episódio não colocou em risco nenhum dos Presidentes.

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Le Monde descobriu que Macron esteve na Normandia fora da sua agenda oficial MOHAMMED BADRA / EPA
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Uma app de fitness utilizada por guarda-costas permitiu acompanhar os movimentos confidenciais dos Presidentes dos Estados Unidos da América (EUA), da França e da Rússia. Através da aplicação Strava, o jornal francês Le Monde identificou as deslocações de 26 agentes norte-americanos, 12 guarda-costas de Emmanuel Macron e seis membros do Serviço Federal de Protecção russo.

Com acesso ao GPS, a Strava permite registar na plataforma e partilhar entre amigos corridas, caminhadas, percursos de bicicleta, etc.. A própria aplicação descreve-se como “a base de dados dos seus movimentos”. O Le Monde averiguou que agentes dos serviços secretos americanos utilizaram o software “mesmo depois das duas tentativas de assassinato a Donald Trump”, explica a agência Associated Press.

Quanto aos guarda-costas de Macron, o jornal francês conseguiu acompanhar uma viagem privada que o Presidente fez em 2021 à Normandia, não incluída na sua agenda oficial. Foi ainda possível ao Le Monde tomar conhecimento do hotel onde Joe Biden esteve instalado aquando do seu encontro em 2023 com o líder chinês Xi Jinping, em São Francisco.

Os serviços secretos dos EUA garantiram, num comunicado enviado ao Le Monde, que os seus funcionários “não podem usar dispositivos electrónicos” em horário laboral, mas não proíbem os guarda-costas de “fazer uso pessoal das redes sociais fora do trabalho”. Assim, tal como os representantes de Macron, asseguraram ao jornal que esta situação não afectou a segurança dos respectivos Presidentes. Contudo, os oficiais franceses acrescentaram ao órgão de comunicação social que “uma nota foi, de qualquer maneira, divulgada aos agentes a pedir para que não usem a app”.

Em 2018, o Pentágono já queria banir o uso da Strava junto dos seus agentes, depois de a aplicação ter revelado a localização de várias bases militares secretas. Num comunicado, na altura citado pelo PÚBLICO, lia-se que os trabalhadores do Departamento de Defesa seriam "proibidos de usar as funcionalidades de geolocalização" dos seus dispositivos móveis em "locais designados como áreas operacionais”.

Texto editado por Pedro Esteves

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