A reforma pode esperar: Claudio Ranieri regressa para reabilitar a Roma

Os “giallorossi” foram resgatar um dos seus, aos 73 anos, para tentarem reerguer-se. É o terceiro treinador em três meses e terá um calendário apertado pela frente.

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Claudio Ranieri à chegada ao aeroporto Leonardo da Vinci, em Roma TELENEWS / EPA
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Paulo Fonseca, José Mourinho, Daniele de Rossi e Ivan Juric. Estes foram os treinadores que passaram pelo banco da Roma entre a anterior e a nova missão de Claudio Ranieri. Aos 73 anos, o técnico vai abandonar provisoriamente a reforma para tentar ajudar os "giallorossi" a recuperarem o fôlego, em Itália e na Europa.

A época 2024-25 não está a correr de feição aos romanos. Em 16 jogos realizados, ganharam apenas quatro (três deles pela margem mínima), juntando-lhes seis empates e outras tantas derrotas. O saldo de golos é negativo (17 marcados e 20 sofridos) e a equipa já não vence há três jogos, o último dos quais foi um desaire em casa, diante do Bolonha (2-3). Tudo somado, ocupa o 12.º lugar na Série A e o 20.º (em 36 equipas) na Liga Europa.

Estamos a meio de Novembro e a Roma já vai no terceiro treinador da temporada. Começou com Daniele de Rossi, que tinha substituído José Mourinho em 2023-24 com um impacto positivo, mas na presente época só aguentou quatro partidas, que redundaram em três empates e uma derrota. Nem o contrato até 2027 lhe valeu uma maior margem de tolerância.

A intenção da direcção da Roma, encabeçada pelo norte-americano Dan Friedkin, era cortar o mal pela raiz, ou seja, induzir uma mudança enquanto a época estava ainda no início, na esperança de uma rápida correcção de trajectória. A escolha recaiu, então, sobre o croata Ivan Juric, que tinha passado as três temporadas anteriores no Torino (em 2023-24, terminou a Série A no nono lugar). Só que os resultados, quatro triunfos em 12 jogos, também não convenceram.

A pressão dos adeptos foi subindo de tom e os últimos dois meses foram de agitação. As críticas dirigidas aos proprietários do clube (o Grupo Friedkin) ainda se fazem ouvir, não pela escolha actual do treinador, mas pela demora em resgatar uma figura altamente respeitada em Roma e encarada por muitos sócios como capaz de salvar a Roma do presente momento de desorientação.

"A AS Roma tem a satisfação de anunciar que Claudio Ranieri é o novo treinador da equipa principal. No final da época, Claudio transitará para funções executivas, em que será conselheiro em matéria desportiva", anunciou o clube italiano. Sim, o contrato é de curta duração, apenas até ao fim da temporada, mas a intenção da direcção é que o técnico assuma posteriormente um papel de aconselhamento e ajude, inclusive, a encontrar o seu sucessor no banco.

Aos 73 anos, Ranieri suspende, assim, os dias de reforma para voltar a casa. E por casa leia-se não só a cidade onde nasceu, mas também o clube que representou como jogador, na década de 1970, e como treinador, em diferentes períodos: primeiro de 2009 a 2011 (2.º e 6.º lugares no campeonato), mais tarde em parte da época 2018-19 (6.º lugar), e agora no decurso da temporada de 2023-24.

Há poucos meses, Claudio Ranieri tinha decidido pôr um ponto final numa longa e interessante carreira como treinador. Os dois últimos anos tinham sido passados ao leme do Cagliari, mas na longa viagem pela Europa que construiu ao longo de mais de três décadas passou ainda por Espanha, Grécia, França e Inglaterra, onde ainda tem casa. Foi lá, de resto, e concretamente em Leicester, que conseguiu a maior proeza do currículo - e uma das maiores do futebol inglês -, quando conduziu um clube modesto, sem grandes pergaminhos na alta-roda, à conquista da Premier League, em 2015-16.

À sua espera no Aeroporto Fiumicino (agora Leonardo da Vinci), em Roma, estavam mais de duas centenas de adeptos fervorosos, confiantes na capacidade do técnico de reerguer o clube. À sua espera no centro de treinos do clube, que mudou substancialmente desde a última passagem pelos "giallorossi", estavam os jogadores, com Pellegrini, Cristante e El Shaarawy à cabeça - os três já trabalharam com Ranieri. E à espera no calendário, nas semanas que se seguem, estão três jogos de exigência máxima, com Nápoles, Tottenham e Atalanta. O tempo, agora, é de acelerar. A reforma pode esperar.

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