UTAO: aumento extra de pensões terá custo de 273,8 milhões em 2025

O aumento adicional de pensões proposto pelo PS para 2025 terá um custo de 273,8 milhões de euros no próximo ano. Os efeitos desta medida reflectem-se, contudo, também na despesa dos anos seguintes.

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Rui Baleiras, coordenador da UTAO Daniel Rocha
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A subida extra das pensões proposta pelo Partido Socialista (PS) terá um custo de 273,8 milhões de euros. A estimativa é feita pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), que avaliou o impacto orçamental desta medida a pedido do PSD. O valor fica cerca de 3% acima daquele que tinha sido calculado pelo PS quando apresentou a proposta.

A medida consta de uma proposta de alteração ao Orçamento do Estado (OE) para 2025, na qual os socialistas propõem uma subida extra das pensões, para além daquela que é proposta pelo Governo, que prevê apenas a actualização das pensões imposta por lei – nesse cenário, os pensionistas teriam direito a uma actualização das pensões entre os 1,75% e os 2,5%. Já o PS propõe uma subida adicional de 1,25 pontos percentuais para as pensões até 1527,78 euros (valor equivalente a três vezes o Indexante dos Apoios Sociais), medida que estima que tenha um impacto orçamental de 265 milhões de euros em 2025. Segundo cálculos feitos pelo PÚBLICO, se a proposta dos socialistas for aprovada, os pensionistas poderão esperar aumentos entre os 3,25% e os 3,8%.

A votação desta proposta de alteração ao OE está agendada para a próxima terça-feira. Para já, espera-se que a medida seja aprovada com os votos favoráveis do PCP, Livre, Bloco de Esquerda e com a abstenção já anunciada do Chega. Este último partido, aliás, apresentou entretanto a sua própria proposta de alteração ao OE, indo além do PS e propondo uma actualização adicional das pensões de 1,5 pontos percentuais, mas apenas para as pensões até aos 1018,52 euros (o equivalente a duas vezes o Indexante dos Apoios Sociais).

Foi nesse cenário que o PSD pediu à UTAO uma avaliação quanto ao impacto orçamental destes aumentos extra de pensões, que acabou por ser disponibilizada este domingo.

"Tendo por base os cenários projectados, prevê-se que a medida de política das propostas de alteração [do Chega] e [do PS] tenha como efeito directo um incremento na despesa com pensões e a consequente redução do saldo orçamental em 328,6 milhões de euros (0,11% do PIB) e 273,8 milhões (0,09% do PIB), respectivamente", pode ler-se no documento agora publicado. "Com a implementação da medida de actualização suplementar das pensões abrangidas, prevê-se que a mesma possa valer, em 2025, entre 0,75% e 0,9% (dependendo da proposta em causa) da despesa com pensões prevista na proposta de OE para 2025 sem a medida", acrescenta o relatório.

Os técnicos que prestam apoio aos deputados ressalvam, por outro lado, que esta previsão "corresponde a um exercício simplificado e não tem em conta a quantificação de impactos macroeconómicos decorrentes da implementação da medida nem a receita fiscal adicional proveniente do IRS aplicável a uma parte do universo de pensões em análise".

A isto, acresce que a actualização extra de pensões tem "carácter permanente e apresenta um impacto na despesa estrutural que difere da natureza avulsa do suplemento extraordinário de pensões adoptado em 2024", que consistiu no pagamento de uma prestação única em Outubro deste ano. As propostas apresentadas pelo PS e pelo Chega, por outro lado, terão "efeitos orçamentais duradouros, reflectindo-se na despesa a pagar em 2025 e nos anos seguintes".

Correcção: Inicialmente, o PÚBLICO referiu, erradamente, que a UTAO prevê que esta actualização terá um "efeito irrelevante" no saldo orçamental previsto para 2025. O relatório da UTAO refere, sim, que "a margem de erro na base para o cálculo das actualizações suplementares terá um efeito materialmente irrelevante no saldo previsto pelo Governo para 2025".

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