Liga Conferência: Vitória evita primeira derrota ao cair do pano no Cazaquistão

Domínio da equipa vimaranense não foi devidamente recompensado, com a formação minhota a ver quebrado o trajecto imaculado, mas a salvar um ponto mesmo no final.

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Rui Borges, treinador do Vitória SC HUGO DELGADO / LUSA
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O Vitória SC empatou (1-1) esta quinta-feira no Cazaquistão, frente ao Astana, falhando a tentativa de elevar para dez o recorde de triunfos consecutivos na UEFA, bem como uma excelente oportunidade para colocar a formação portuguesa à porta dos oitavos-de-final da Liga Conferência.

À quarta ronda, ainda com uma viagem à Suíça (St. Gallen) e a recepção à Fiorentina, na última jornada da fase de Liga, o Vitória esteve na iminência de conhecer o sabor da derrota, mas Jesús Ramírez (89') salvou a honra, sem conseguir que o trajecto imaculado dos vitorianos fosse interrompido.

Com 10 pontos, o Vitória continua em posição de discutir a qualificação, com ou sem recurso ao "play-off".

Em posição privilegiada para consolidar a posição entre os principais candidatos ao apuramento directo, o Vitória abordou o jogo de Almaty com o sentimento e carácter certos, assumindo a superioridade frente a um Astana que antes de receber o Chelsea, jogava tudo para evitar afundar-se na zona de eliminação.

A formação do Cazaquistão aceitou as próprias limitações e a superior qualidade do adversário, adoptando o 4x2x3x1 de que tinha abdicado anteriormente na competição da UEFA para atacar o título na liga doméstica.

Um dispositivo que não evitou o assalto dos "conquistadores" de Guimarães à baliza de Condric, elemento em destaque na equipa local. Nuno Santos foi o primeiro a testar as medidas da baliza, tendo ficado por três vezes muito perto de desfazer o impasse que o Astana fomentou.

Manu Silva esteve igualmente na iminência de sublinhar a supremacia vitoriana, tendo acertado na barra à terceira tentativa. O cerco dos minhotos deixava poucas alternativas ao adversário, que procurou rentabilizar as transições, tendo construído uma grande oportunidade por Geofrrey Chinedu Charles, uma torre nigeriana que percorreu oito campeonatos diferentes antes de aterrar no Astana, que o recrutou na segunda divisão chinesa.

O avançado falhou, mas ficou o aviso, reforçado em lances de bola parada e concretizado a cinco minutos do intervalo, na sequência de um lançamento lateral que caiu nos pés do central Kalaica, um croata que jogou no Benfica B entre 2016 e 2022.

Apesar dos 14 remates e dos 70 por cento de posse de bola, o Vitória era confrontado com uma realidade dura para quem dominou e produziu o suficiente para regressar aos balneários com o décimo triunfo consecutivo na Liga Conferência na mão.

Um cenário agravado pelo recuo ostensivo do adversário, que se fechou ainda mais para defender a vantagem a qualquer custo, beneficiando ainda da ineficácia do opositor e da inspiração do guarda-redes.

Mas o futebol é assim mesmo e ao Vitória competia afinar a máquina e maximizar as valências de jogadores como Tiago Silva, João Mendes, Nuno Santos e Kaio César, o menos inspirado da primeira parte.

Apesar da pressão e de algumas finalizações animadoras para o Vitória, o tempo jogava a favor do Astana, que ainda levou a bola a tocar as redes à guarda de Bruno Varela, lance invalidado por falta de Chinedu.

Rui Borges entrou em modo de alerta, fazendo três alterações em simultâneo para quebrar o marasmo em que os minhotos pareciam estar a cair. Os efeitos práticos notaram-se, com o lateral João Mendes a rematar ao ferro depois de Jesús Ramírez ter ameaçado marcar.

Com o jogo a caminhar inexoravelmente para o fim, o Vitória era confrontado com a realidade de uma tarde em que o cinismo parecia mais forte do que o futebol dos conquistadores. Mas Jesús Ramírez fez alguma justiça com um cabeceamento a um minuto dos 90, evitando o pior nesta viagem ao Cazaquistão.

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