Em Arouca, o Benfica jogou, descansou e “matou”

Tomás Araújo contribuiu bastante para quebrar a apatia global da equipa do Benfica, que resolveu o jogo com alguns momentos fulgurantes.

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Tiago Esgaio alivia a bola perante a aproximação de Akturkoglu Pedro Nunes / REUTERS
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Um jogo globalmente “morno”, mas com momentos suficientes de qualidade por parte do Benfica. Foi isto que se passou neste domingo em Arouca, no triunfo “encarnado” por 0-2, na 12.ª jornada da I Liga.

A equipa de Bruno Lage não fez um jogo de “encher o olho”, mas começou e acabou bem a partida – o suficiente para não sofrer pelos largos minutos de marasmo vividos em Arouca. E o resultado ajusta-se ao que se passou.

Para este jogo, Arouca e Benfica levaram os desenhos tácticos habituais – os da casa com um 4x2x3x1 e os visitantes com o 4x3x3. A posição-base das equipas promovia um jogo de pares quase perfeito, com referências de marcação bastante fáceis de identificar.

Ao contrário do que é comum nas equipas que defrontam o Benfica, o Arouca não baixou o bloco em demasia e, sobretudo, não fez baixar os alas para uma linha de cinco ou mesmo de seis. E também não pedia a Sylla, médio-ofensivo, que baixasse muito para ajudar os dois médios.

Sempre que alguém era batido no um contra um, o Arouca sofria – porque não estava a haver uma especial preocupação em ajustar as marcações quando alguém era batido.

Aconteceu várias vezes nos primeiros 15/20 minutos os jogadores do Benfica saírem de um drible e terem campo aberto para lançarem um colega, porque o jogo do Arouca dependia do tal jogo de pares – não por haver marcação homem-a-homem a campo inteiro, que não chegou a esse ponto, mas pela incapacidade de controlar o espaço e distribuir zonas de acção.

Aos 2’ e 7’ houve lances deste tipo e aos 12’ também, embora não apenas com essa variante. O Arouca foi apanhado desposicionado numa perda de bola em zona alta e o Benfica saiu em transição. Florentino roubou a bola, Kokçu inventou e lançou o ataque, Akturkoglu criou a forma de finalizar e só não saiu tudo perfeito porque foi Fontán a fazer auto-golo – e não Pavlidis a marcar.

O Arouca acabou por começar a controlar melhor o espaço, até com um ligeiro ajuste de posição nos homens das alas, que passaram a descer um pouco mais – mas o suficiente para dar mais conforto à equipa e deixá-la menos exposta a bolas descobertas, embora tenha tirado à equipa capacidade para se chegar à frente. A capacidade vista aos 10’, por exemplo, num lance salvo por Trubin.

O jogo tornou-se mais “morno”, sem grandes soluções ofensivas do Benfica, com jogadores muito presos às posições, quando parecia ser relativamente fácil desposicionar o Arouca com alguma dinâmica entre os jogadores “encarnados”.

A segunda parte continuou algo pachorrenta, com o Benfica a abusar de uma posse estéril.

Menos fulgurante a aparecer no espaço vindo de trás, como faz habitualmente, Aursnes também não facilitou a dinâmica ofensiva da equipa, que parece estar muito dependente dessa solução nesta fase.

O marasmo foi interrompido por mais um dos passes de Tomás Araújo, que lançou Pavlidis para mais uma oportunidade desperdiçada, e por novo passe de alto nível do português, que lançou Carreras para mais uma boa defesa de Mantl.

Nessa fase mais intensa, até pela evidente quebra física do Arouca, o Benfica acabou por “matar” o jogo. Um penálti sofrido por Barreiro, aos 70’, deu o 2-0 a Di María.

O resultado ajustou-se ao que se passou, mesmo num jogo que não teve domínio avassalador.

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