Em Famalicão, o FC Porto quis muito, mas quis mal
No Minho, o FC Porto chegou a marcar o 2-1 – e festejou-o –, mas esse golo não só foi anulado como passou a penálti a favor do Famalicão. No fim, o alto volume ofensivo significou pouco.
Neste sábado, o FC Porto quis bastante, mas não quis necessariamente da melhor forma. Em Famalicão, o grande volume ofensivo dos portistas não foi suficiente para levar mais do que um empate (1-1) em jogo da 13.ª jornada da I Liga, numa partida na qual a equipa de Vítor Bruno até poderia ter saído com menos do que isso.
O Famalicão teve um penálti aos 78’, defendido por Diogo Costa, o homem que já tinha sido réu no lance do 1-0.
No fim de contas, o resultado é difícil de enquadrar. Por um lado, o FC Porto teve muito volume ofensivo e isso sugeriria triunfo. Por outro, esse volume não deu assim tantas oportunidades de golo e, no fim, o valor de golos esperados (xG) foi baixo. O empate tem nexo e a equipa portista não merecia levar mais do que isto.
Diogo Costa facilitou
A primeira parte em Famalicão foi totalmente dominada pelo FC Porto. A equipa portista não criou oportunidades de golo minuto sim, minuto sim, mas conseguiu ter uma supremacia territorial que permitiu, pelo menos, estar perto de zonas de finalização.
Mas essa proximidade à área adversária tinha também a desvantagem de seduzir os jogadores a cruzamentos – foi uma via explorada com insistência.
Apesar do bloco quase sempre recuado, o Famalicão até mobilizava dois jogadores na pressão à construção portista, algo que obrigava Pérez e Otávio a encontrarem rapidamente soluções verticais entre linhas – porque as do corredor estavam bloqueadas.
E o futebol portista tinha algum nexo no sentido em que as jogadas eram criadas pela zona central – Galeno, Samu e Nico estiveram bastante activos em zonas entre linhas –, para depois serem definidas pelo corredor, quando o Famalicão era atraído ao centro. Em teoria, estava certo. Na prática, faltou sempre engenho para criar situações de finalização no mesmo volume do número de cruzamentos – daí o tão baixo valor de golos esperados (menos de 0,5 xG na primeira parte).
Os três melhores lances do FC Porto foram precisamente pelas alas, mas com Galeno em zonas interiores, apesar de ser um jogador que individualmente até decide melhor com espaço na ala do que em espaços curtos por dentro.
Já perto do intervalo, uma jogada de transição deu o 1-0 contra a corrente do jogo. O Famalicão marcou por Aranda, numa recarga a uma defesa incompleta de Diogo Costa. Era a segunda oportunidade de golo de uma equipa pouco ofensiva, mas que mobilizava vários jogadores nas poucas jogadas de ataque que tentava.
Diogo Costa salvou
Aos 52’, um livre lateral foi mal aliviado pelo Famalicão (novamente defesa incompleta do guarda-redes, desta vez Zlobin) deu bola no pé de Samu, que disparou um remate forte dentro da área.
O jogo continuou na mesma toada, com o FC Porto em ataque posicional e o Famalicão a defender-se como podia, sempre com o tal 4x4x2 com duas “lanças” prontas para transições – e, entretanto, refrescadas.
E o futebol dos portistas era mais ou menos o mesmo: alguma capacidade de variar o centro do jogo, boas situações de definição, mas muito pouco de finalização.
Até que houve um lance bastante incomum. O FC Porto marcou o 2-1 numa transição e festejou com a pompa que se impunha. Mas tinha havido mão na bola de Pepê no início do lance e, com ajuda do VAR, o 2-1 para os portistas passou a... penálti a favor do Famalicão.
Depois de ser réu no 1-0, Diogo Costa foi herói neste lance e voltou a mostrar um gostinho especial por defender penáltis.