Benfica voa baixinho e deixa ficar dois pontos nas Aves

Amdouni marcou cedo, mas o AFS recompôs-se, desafiou a autoridade dos “encarnados” e empatou no último lance do jogo.

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Amdouni marcou pelo Benfica frente ao AFS Miguel Vidal / REUTERS
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O Benfica viu ser interrompido neste domingo, na Vila das Aves, o ciclo de oito vitórias consecutivas no campeonato, empatando no terreno do AFS (1-1), com o golo dos anfitriões a chegar no último fôlego da partida. Foram os primeiros pontos perdidos pelas "águias" no reinado de Bruno Lage, desperdiçando a oportunidade de saltarem para a liderança no jogo da próxima quinta-feira, diante do Nacional.

Tentado a gerir o momento de grande densidade competitiva, com três jogos no espaço de uma semana, Bruno Lage apresentou frente a um AFS que não vencia para a Liga há oito jogos (derrotas fora com Sporting e em casa com Famalicão, FC Porto e Sp. Braga), alterações significativas no “onze” inicial, que não contou com Otamendi, Florentino, Di María e Pavlidis, para além do suspenso Álvaro Carreras.

No lugar do lateral espanhol, o treinador do Benfica colocou Beste, elegendo Leandro Barreiro para o meio-campo e Amdouni e Arthur Cabral para a linha da frente. Apesar do 4x3x3 implícito na disposição da equipa, o Benfica passou mais tempo num 3x5x2, com Leandro Barreiro a recuar para perto de Bah e dos centrais para iniciar a construção a três, projectando Aursnes e Beste, que convidavam a uma permuta dos médios ofensivos, com Aktürkoglu a pisar terrenos interiores no apoio a Cabral e Amdouni.

O AFS respondeu com um dispositivo assente em cinco defesas e quatro médios, embora Mercado e Piazón estivessem sempre em condições de saltar para fazerem companhia a Zé Luís. Uma estratégia que foi mais evidente nos primeiros 15 minutos, período em que os locais conseguiram pressionar em determinadas zonas a saída do Benfica, criando duas boas oportunidades por Mercado e Zé Luís.

A ineficácia ou deslumbramento dos avenses acabou por ser punida por um bom golo de Amdouni (17'), a libertar a formação da Luz das amarras psicológicas de um jogo importante para preparar o assalto à liderança do campeonato e consumar, na Madeira, no jogo em atraso da 8.ª jornada, a possível troca com os rivais de Alvalade.

O golo levou o encontro para uma dimensão diferente, com o Benfica a pressionar bem, mesmo sem causar grandes danos ao adversário (Simão Bertelli fez duas defesas na primeira parte), exceptuando dois remates dos turcos Kokçu e Aktürkoglu, a fechar a primeira parte. Uma pressão que salientou as dificuldades de construção do AFS, praticamente inofensivo e ainda forçado a trocar Zé Luís (lesionado) por Nenê antes do intervalo.

Realidade que sofreu alteração significativa na segunda metade, com o Benfica algo conformado e apático, a permitir a reacção avense. Daniel Ramos injectou sangue novo e, já com Di María e Pavlidis em campo, a formação local dispôs de enorme ocasião de golo num cabeceamento de Nenê, ao poste. Trubin defendeu a recarga de Fernando Fonseca, impedindo a igualdade numa fase crucial.

O AFS, que tinha tido 32% de posse de bola na primeira parte, passou a dividir o jogo com um Benfica a dar sinais de quebra física, o que levou Bruno Lage a intervir de novo, mais para estabilizar e tentar recuperar as rédeas do jogo do que para dar um safanão e acabar com a ansiedade dos adeptos.

Schjelderup ainda criou ilusão de golo a um minuto dos 90, mas o lance foi invalidado. E já no tempo de compensação foi o AFS que colheu a recompensa pela grande segunda parte que realizou, ao capitalizar um lance de bola parada, com cabeceamento de Devenish a colocar um travão na caminhada do Benfica no campeonato.

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