Coboiadas e outros clássicos na Cinemateca em 2025
Programa da instituição para o primeiro semestre de 2025 inclui um grande friso sobre o western, uma retrospectiva de Michael Curtiz, e ciclos sobre Bulle Ogier, Eduardo Geada ou John Carpenter.
É sob o signo do mais americano dos géneros cinematográficos, o western, que a Cinemateca Portuguesa entra em 2025: uma grande retrospectiva em três partes que terá início logo em Janeiro abrangerá todo esse território mitológico do cinema dos Estados Unidos da América. Em Janeiro e Fevereiro, vez aos clássicos, do mudo ao período moderno; em Maio, as declinações da Nova Hollywood, do western-spaghetti e das variações autorais; para depois do Verão estão reservados os westerns tardios e o período "crepuscular" da passagem do século XX para o XXI.
Este poderá ser o "grande" ciclo da Cinemateca em 2025, mas está longe de ser o único zoom dedicado ao cinema clássico no programa que a instituição sediada na Rua Barata Salgueiro, em Lisboa, começou agora a revelar. À retrospectiva de Anatole Litvak, programada pelo curador Ehsan Khoshbakht, do festival italiano Il Cinema Ritrovato, que terminará em Janeiro, suceder-se-ão Michael Curtiz (1886-1962), o autor de Casablanca ou de As Aventuras de Robin dos Bosques (a partir de Fevereiro), John Carpenter (em Fevereiro, no programa Histórias do Cinema, com a presença do crítico e historiador Jean-Baptiste Thoret), e Stuart Heisler (1896-1979), em Julho.
Ainda em Janeiro, haverá uma retrospectiva dos filmes do fotógrafo William Klein (1926-2022), em articulação com a exposição O Mundo Inteiro é um Palco, que pode ser vista no Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia (MAAT), e um programa sobre o realizador e crítico Jean-Claude Biette (1942-2003).
Outros nomes em destaque na programação do primeiro trimestre da Cinemateca são Paul Vecchiali (1930-2023), alvo de uma integral no IndieLisboa em 2017, de quem se exibirão as suas últimas obras, rodadas posteriormente a esse período (Fevereiro), Bulle Ogier, actriz de Jacques Rivette, Luis Buñuel ou Manoel de Oliveira, e o cineasta arménio Sergei Paradjanov (1924-1990), autor de A Cor da Romã (ambos em Março).
Depois dos seus companheiros de geração Fernando Matos Silva, Monique Butler e José Nascimento, será a vez de Eduardo Geada, autor de Sofia ou a Educação Sexual e A Santa Aliança, ter direito a uma integral (Maio), com o cinema experimental português e um ciclo comemorativo dos 500 anos de Luís de Camões a preencherem sessões do mês de Junho.
A Cinemateca anunciou ainda até ao mês de Julho programas dedicados a Billy Woodberry, ao director de fotografia português Eduardo Serra e ao cineasta mexicano Roberto Gavaldón, a par de um programa de adaptações de livros de Joseph Conrad e das habituais colaborações com o IndieLisboa e com a Festa do Cinema Italiano (esta última com uma retrospectiva integral de Antonio Pietrangeli).