EUA: Luigi Mangione formalmente acusado de homicídio de CEO de seguradora

Presumível homicida de Brian Thompson arrisca uma pena de prisão perpétua.

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Luigi Mangione vai responder em tribunal pela morte de Brian Thompson Eduardo Munoz / REUTERS
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Luigi Mangione foi formalmente acusado de um crime de homicídio em primeiro grau e dois de homicídio em segundo grau, esta terça-feira, pela procuradoria distrital de Manhattan, pela morte a tiro de Brian Thompson, CEO da United Healthcare. Em comunicado, o procurador Alvin Bragg declarou que "este tipo de violência armada premeditada e direccionada não pode e não será tolerada", referindo-se ao assassínio ocorrido a 4 de Dezembro, à porta de um hotel em Nova Iorque.

Mangione arrisca uma pena de prisão de perpétua pela acusação por homicídio em primeiro grau, que acarreta um mínimo de 20 anos de cadeia. Uma acusação de homicídio em segundo grau também contempla a possibilidade de pena perpétua, ou um mínimo de 15 anos de prisão. A formulação da acusação, que refere que o crime foi cometido com a intenção de "causar choque, atenção e intimidação", equipara o ataque a "um acto de terrorismo".

O homem de 26 anos foi detido cinco dias depois do crime num restaurante McDonalds em Altoona, no estado norte-americano da Pensilvânia. A sua extradição para Nova Iorque está dependente de uma audiência em tribunal marcada para quinta-feira, dia 19. De acordo com declarações à CNN de Karen Friedman Agnifilo, advogada de Mangione em Nova Iorque, o seu cliente não tenciona contestar uma eventual ordem de extradição. Até lá, mantém-se detido numa prisão de alta segurança em Huntingdon, na região central da Pensilvânia.

De acordo com a polícia nova-iorquina, impressões digitais colocam o suspeito na cena do crime. Mangione foi detido na posse de uma arma, munições, e documentos de identificação falsos. Estava igualmente na posse de um documento escrito, uma espécie de manifesto, em que proclamava o seu ódio às lideranças empresariais norte-americanas.

Os invólucros de munições encontrados no local do crime tinham inscritos as palavras "negar", "defender" e "destituir", três termos associados à prática das seguradoras norte-americanas da área da saúde de rejeitar grande parte dos pedidos dos segurados. Segundo a imprensa norte-americana, Mangione sofria de dor crónica devido a uma lesão na coluna. Mas ainda não são claros os contornos do seu processo clínico, ou o papel das seguradoras neste.

O caso tem alimentado um debate público sobre a indústria dos seguros privados de saúde nos Estados Unidos, acusada de rejeitar pagar consultas, exames e terapias de forma reiterada, de forma a maximizar os seus lucros. O mediatismo é intensificado pela figura e história de vida de Mangione, um jovem oriundo de uma abastada e influente família italo-americana de Baltimore, formado numa universidade de elite, e considerado atraente por uma legião de "fãs" nas redes sociais.

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