Embraer inaugura subsidiária em Lisboa para conquistar mercados europeus e da OTAN

Com cerca de 30 pessoas, escritório do braço para a área de defesa da Embraer vai desenvolver produtos e impulsionar vendas para os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte.

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Na Avenida da República, em Lisboa, foi inaugurada a subsidiária europeia da Embraer Defesa e Segurança Jair Rattner
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A Embraer Segurança e Defesa, unidade de negócios da empresa brasileira voltada para a produção de aviões e armamentos, abriu, nesta terça-feira (17/12), sua subsidiária em Portugal. Com o nome de Embraer Defense Europe, o escritório está localizado na Avenida da República, uma das principais vias de Lisboa.

“Estamos pensando em começar com 30 pessoas, incluindo engenheiros, para as áreas comercial, de suporte e serviços e de trade compliance e para ajudar no processo de obtenção de licenças”, afirmou o presidente da Embraer Defesa e Segurança, João Bosco da Costa Júnior.

Segundo ele, houve a preocupação de ter cidadãos europeus entre os funcionários. “A grande maioria é de europeus. Por isso, é um escritório acreditado junto à OTAN, pois temos de cumprir algumas legislações da organização. Há alguns brasileiros, mas que têm cidadania europeia”, explicou.

O escritório terá uma sala com as medidas de segurança da OTAN classe II, para reconhecimento da aliança militar. A sala já está definida, falta ainda a construção dos equipamentos de segurança para evitar que segredos industriais e de defesa sejam divulgados ou espionados.

Bosco considera que a subsidiária ajudará a Embraer a entrar em novos mercados. “Isso abre novos horizontes para a Embraer Defesa e Segurança. Recebendo todos os certificados de um escritório acreditado pela OTAN. Isso nos coloca como um player, como mais um provedor de soluções e segurança e defesa para a OTAN”, disse.

Produção de armamentos

O executivo ressaltou que recusa a ideia de que a empresa que dirige se limite à produção de aviões mais conhecidos. “A Embraer Defesa e Segurança é muito mais do que o KC-390 e o Super Tucano. Nós temos radares, sistemas de controle de fronteiras, sistemas de controle do espaço aéreo e parcerias para fabricar fragatas no Brasil. Todo o sistema de navegação e de controle de armamento dessas fragatas é fornecido pela Embraer”, detalhou.

Ele contou que um dos objetivos da abertura da subsidiária em Lisboa será conceber outros armamentos. “A Embraer está capacitada e tem condições de desenvolver novos produtos, e é isso que queremos buscar junto à OTAN e na União Europeia”, afirmou Bosco.

A inauguração da subsidiária ocorre um dia depois da assinatura do contrato para a venda de 12 aviões leves de ataque Super Tucano para o Estado português, na versão para a OTAN, rebatizados de A29-N. Portugal foi o primeiro país da aliança militar a adquirir essas aeronaves, o que deverá abrir mercados para esses modelos.

A adaptação do Super Tucano às exigências e aos sistemas da OTAN será feita em Portugal pela OGMA, empresa em que a Embraer detém 65% das ações e o Estado português, 35%. Parte dos cargueiros militares KC-390 também é produzida pela OGMA. Segundo o ministro da Defesa português, Nuno Melo, a cada KC-390 vendido, 10 milhões de euros (R$ 63 milhões) virão para Portugal.

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