Número de vítimas mortais do ciclone Chido em Moçambique sobe para 94

Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres diz que a tempestade tropical afectou mais de 620 mil pessoas, principalmente nas províncias de Cabo Delgado, Niassa e Nampula.

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Imagem aérea da destruição causada pelo ciclone Chido na cidade moçambicana de Pemba Shafiek Tassiem / REUTERS
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O número de vítimas mortais devido à passagem do ciclone Chido por Moçambique subiu para 94, informou este domingo o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) do país.

O balanço anterior da agência governamental moçambicana responsável pela gestão de catástrofes naturais, publicado na quinta-feira, apontava para 73 mortos.

Para além de actualizar o número de mortes, uma publicação do INGD na rede social Facebook informa que a tempestade tropical afectou mais de 620 mil pessoas, a grande maioria nas províncias de Cabo Delgado, Niassa e Nampula, no Nordeste de Moçambique, mas também em e Tete e Sofala, na região centro.

Segundo as autoridades, o ciclone destruiu totalmente 111.145 casas e parcialmente outras 29.483 – totalizando quase o dobro face ao dia anterior –, afectou 52 unidades hospitalares, 35 casas de culto, 11 torres de telecomunicação e 89 edifícios públicos.

Os dados apontam ainda para um total de 109.793 alunos, 1.556 professores, 1.126 salas de aula e 250 escolas afectadas, além de 338 postes de energia tombados e 454 embarcações de pesca danificadas.

O Presidente moçambicano lamentou a morte provocada pelo ciclone e a destruição de infra-estruturas, incluindo escolas, hospitais e outros edifícios públicos e privados e pediu a solidariedade dos moçambicanos para com as vítimas.

“Vamos imediatamente priorizar o apoio na reposição de abrigos, habitações, alimentação, energia, água e distribuição de sementes para além dos outros apoios que estão a acontecer”, declarou Filipe Nyusi, num comunicado ao país.

O arquipélago de Mayotte, no Oceano Índico, foi o mais afectado pelo ciclone Chido. Segundo a AFP, as autoridades de um dos territórios ultramarinos mais pobres de França só puderam confirmar, até ao momento, 35 vítimas mortais, mas teme-se que centenas de pessoas possam ter perdido a vida.

Olamide Harrison, representante do Fundo Monetário Internacional em Moçambique, disse na quarta-feira que o crescimento económico do país em 2024 deverá ser revisto em baixa em relação a uma previsão anterior de 4,3%, devido ao impacto do ciclone e à agitação civil pós-eleitoral.

Em Outubro, Daniel Chapo, candidato do partido Frelimo, no poder em Moçambique, foi declarado vencedor das eleições presidenciais. A oposição contestou, no entanto, a vitória de Chapo e aguarda pela tomada de posição do Conselho Constitucional, prevista para segunda-feira, relativamente aos resultados finais da votação.

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