Anthony Hopkins: “Temos de continuar a rir desta farsa ridícula a que chamamos vida”
“O maior actor vivo”, segundo Florian Zeller, que dirigiu em O Pai (esta semana nas salas) “o mestre do subtexto, o mestre da ansiedade, o mestre da incerteza”. Quis trabalhar com o sentido lúdico e o sentimento de perigo que Anthony Hopkins liberta. “Faço isto há muito, sei alguns truques...”, ri-se o actor. Que adoptou o absurdo como lema. “O nascermos é a grande blague”. Retrato com humor em primeiro plano e filosofia em fundo.
Quando Steven Soderbergh e os seus colegas produtores da cerimónia dos Óscares, na semana passada, decidiram agendar o anúncio da categoria de melhor actor para o final do espectáculo — assumindo que o Óscar para melhor filme, que toda a gente já esperava que fosse parar a Nomadland, não teria impacto de grand finale —cometeram um erro. Estavam a assumir que o actor Chadwick Boseman seria um vencedor póstumo e isso daria ao encerramento a sua catarse emocional. Talvez até um discurso da viúva do actor... Mas, claro, foi Sir Anthony Hopkins que ganhou o Óscar, pelo seu desempenho em O Pai, esta semana nas salas portuguesas. E o actor de 83 anos não fez discurso de aceitação porque estava no seu País de Gales natal. A produção do show fora inflexível: os discursos de aceitação teriam de ser pronunciados em pessoa ou então num pólo oficialmente escolhido, o que seria difícil para o actor octogenário: teria de se ter deslocado a Londres, por exemplo, e ninguém, nem ele próprio, pensou que iria ganhar. Pelo menos este episódio confirma que os organizadores da cerimónia estão completamente no escuro no que se refere aos prémios da Academia...
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