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O fogo nos EUA e o tufão na China: os extremos de forças destruidoras na Terra
Ao mesmo tempo, em dois pontos distantes do planeta, milhares de pessoas são testemunhas da força destruidora do fogo e da água, aliada ao vento forte. Os incêndios devastam os EUA e um tufão varre a China, depois do rasto deixado nas Filipinas e em Taiwan.
Na Califórnia, nos EUA, o incêndio de grandes proporções já ganhou um nome e está a ser chamado de Park Fire. As chamas começaram durante a noite, destruindo cerca 567 hectares na quarta-feira perto de Chico, Califórnia, conquistando mais de 50 mil hectares na tarde de quinta-feira no norte da Califórnia, a cerca de 130 km a norte da capital do estado, Sacramento.
As autoridades afirmam que já conhecem a origem deste fogo. Um homem foi detido na quinta-feira por suspeita de ter ateado este incêndio florestal que obrigou milhares de pessoas a fugirem das suas casas, num incêndio de rápida propagação que será o maior da Califórnia até à data este ano.
O procurador distrital do condado de Butte, Mike Ramsey, afirmou num comunicado que o homem detido, Ronnie Dean Stout II, foi preso sem caução por ordem de um juiz do condado de Butte, depois de ter sido identificado como a pessoa que foi vista a empurrar um carro em chamas para uma ravina na tarde de quarta-feira.
Porém, o maior incêndio actualmente a arder nos Estados Unidos, o incêndio Durkee, no Oregon, queimou pelo menos 268 mil hectares, ameaçou várias pequenas cidades, queimou terrenos de rancho e matou centenas de cabeças de gado, informaram os meios de comunicação social locais. Ventos fortes, com rajadas de 97 quilómetros por hora por hora, juntamente com relâmpagos na quarta-feira e durante a noite, podem atiçar as chamas, disse Marc Chenard, um meteorologista do Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA em College Park, Maryland.
Os cientistas e os defensores do ambiente há muito que apelam aos líderes mundiais para que eliminem gradualmente e acabem com a dependência dos combustíveis fósseis, a fim de evitar os efeitos catastróficos das alterações climáticas, incluindo o agravamento dos incêndios florestais.
Enquanto os EUA se debatem com chamas e ventos fortes sem perspectivas de chuva, o tufão Gaemi atingiu esta sexta-feira as cidades da província chinesa de Fujian, com chuvas e ventos fortes, enquanto a tempestade mais poderosa que atingiu o país este ano começava a sua caminhada para o interior com mais população.
Até ao momento, a tempestade afectou cerca de 630 mil pessoas na província chinesa de Fujian, tendo quase metade delas tido de ser realojada, informou a agência noticiosa Xinhua. No início desta semana, a tempestade matou dezenas de pessoas ao passar por Taiwan e agravou as chuvas sazonais nas Filipinas.
O Gaemi ganhou a força de ventos de até 100,8 km/h perto do seu centro, diminuindo ligeiramente dos 118,8 km/h registados na noite de quinta-feira, quando aterrou na cidade de Putian, em Fujian.
Embora o Gaemi tenha sido despromovido a tempestade tropical devido à diminuição da velocidade dos ventos, as suas vastas faixas de nuvens continuam a representar um risco significativo de inundações, em especial para os rios do centro da China, já elevados devido às chuvas de Verão.
No final de sexta-feira, Gaemi deverá chegar à província de Jiangxi, onde se encontra o maior lago de água doce da China, Poyang. Os meteorologistas alertaram para a possibilidade de serem afectadas cerca de 10 províncias, incluindo Henan, uma província com uma população de mais de 100 milhões de habitantes no centro da China.
Durante a próxima semana, espera-se que o impacto do Gaemi se estenda até ao norte das províncias de Jilin e Liaoning, ambas ainda a braços com rios a transbordar e cidades inundadas, na sequência de um poderoso conjunto de tempestades de Verão, há alguns dias.
Os cientistas alertaram para o facto de o aquecimento global estar a agravar as tempestades tropicais, tornando-as menos frequentes mas muito mais intensas, de acordo com um relatório publicado na sexta-feira.
Na quinta-feira, o Gaemi inundou várias cidades e vilas de Taiwan, ferindo mais de 700 pessoas e matando sete, para além de ter afundado um cargueiro ao largo da costa da ilha. Segundo o governo de Taiwan, as equipas de salvamento retiraram cerca de 1000 pessoas das águas das cheias em barcos insufláveis.
Nas Filipinas, a tempestade matou 32 pessoas, tendo a capital Manila declarado o “estado de calamidade” na sequência de inundações generalizadas. Um navio-tanque que transportava combustível industrial também se afundou em mares agitados ao largo das Filipinas.