Palcos da semana: música, teatro, livros, e um caso de Instinto Fatal

Estão a chegar a Feira do Livro ao Porto, a Maré de Agosto aos Açores, o Operafest a Lisboa (e Oeiras), o Extramuralhas a Leiria e a Festa do Teatro a Setúbal.

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Pamela Badjogo participa no açoriano Maré de Agosto DR
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Cavalleria Rusticana e Pagliacci no Operafest DR
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Feira do Livro do Porto Nuno Miguel Coelho/Câmara Municipal do Porto
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Douglas Dare apresenta Omni no leiriense Extramuralhas Furmaan Ahmed
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A Judia, da Acta, entra no Festival Internacional de Teatro de Setúbal - XXVI Festa do Teatro DR

Maré formosa em festa

A música volta a dar à costa da ilha açoriana de Santa Maria, mais precisamente à Praia Formosa. À beira das suas areias claras, contrastantes com o postal mais comum do arquipélago, escuta-se um cartaz rico em tonalidades, graças ao festival Maré de Agosto e àquela que é já a sua 40.ª edição.

Esta antiguidade redonda é celebrada ao longo de três dias, na companhia de 13 artistas, entre eles a gabonesa Pamela Badjogo com a sua afropop, os “avôs hip-hoppers” L’Entourloop, o reggae do jamaicano Jesse Royal, a energia dos congoleses Kin'Gongolo Kiniata, a sonoridade mestiça do colectivo Ayom, as canções de Rui Veloso ou o puro rock dos dinamarqueses D-A-D, também eles com 40 anos para festejar.

Camões e outras atracções

O Operafest aposta num Instinto Fatal para tema da sua quinta edição. Dirigido pela soprano Catarina Molder e produzido pela Ópera do Castelo, vem com vontade de “chegar ao dobro do público das edições anteriores, com ópera vibrante para todos”.

A ambição começa a sentir-se em Oeiras, terra a que o festival lisboeta estende este ano as suas récitas. É ali que são encenadas em dupla (como é frequente acontecer, por partilharem ADN realista) a Cavalleria Rusticana de Pietro Mascagni, estreada em Roma em 1890, e Pagliacci, de Ruggero Leoncavallo, que se estreou em Milão dois anos depois. Também é em Oeiras que se revela uma nova versão d’O Polegarzinho para o “público do futuro”.

É já em Lisboa que entra em cena o grande sedutor: Don Giovanni, de Mozart. Camões também marca presença – ao embalo dos 500 anos do seu nascimento – na estreia absoluta de Tormento, cantata-performance de Gustavo Sumpta e Nuno da Rocha, inspirada pelo Adamastor.

O programa completa-se com conferências, aulas de canto, cine-óperas na Cinemateca Portuguesa e a Atracção Fatal exercida por uma “rave operática” no Titanic Sur Mer.​

Uma tília para Eugénio

Uma avenida habitada por 130 stands, vários lançamentos de livros, para cima de uma centena de actividades à margem e uma tília no jardim a aguardar a homenagem do ano, a Eugénio de Andrade. É neste tom que se realiza mais uma edição da Feira do Livro do Porto – a 11.ª integralmente organizada pela autarquia.

A influência do “poeta da luz” sente-se um pouco por todo o alinhamento (novamente programado por João Gesta), seja em oficinas, concertos, cinema, conversas, exposições, sessões de poesia e humor ou na vasta programação para crianças e famílias.

Quanto à lista de convidados, é abrilhantada por nomes como Gonçalo M. Tavares, José Luís Peixoto, Dulce Maria Cardoso, António Zambujo, Gisela João ou Frankie Chavez.

Gótico ao centro

Cada vez mais solto das ameias do Castelo de Leiria, onde durante anos respondeu por Entremuralhas, o Extramuralhas concentra-se assumidamente na baixa da cidade. Mas não muda um milímetro da sua vocação para tudo o que é gótico e de qualidade. Nem prescinde de um cartaz sem concertos sobrepostos.

São 24 os que a organizadora Fade In alinha para esta 13.ª edição. Incluem a austríaca Anja Plaschg na pele de Soap&Skin, os veteranos germânicos Goethes Erben, os franceses Years of Denial, o inglês Douglas Dare a mostrar o Omni que lançou em Maio e os norte-americanos Sextile ao ritmo de Push, editado em 2023.

Festa com todos

É com Joana Reais, Múcio Sá e Ruca Rebordão que arranca o Festival Internacional de Teatro de Setúbal - XXVI Festa do Teatro. Um concerto, sim, que este não é um evento que viva só de representações. Aliás, ao longo de dez dias terá mais música, bem como performances, exposições, cinema, formações e até um passeio sobre inclusão.

Mas é o teatro que o domina. Às suas tábuas irão 30 peças, a começar pel’A Judia da companhia algarvia Acta, a partir da obra de Kurt Weill e Bertolt Brecht, e a terminar no Moço da Cola, pela Astro Fingido. Pelo meio, o festival dirigido por José Maria Dias recebe companhias de Espanha, França, Chile, Brasil, Colômbia e Roménia. No campo nacional, destaca-se ainda a estreia de três espectáculos resultantes de Memória da Matéria, um projecto partilhado pelos grupos UmColetivo, SillySeason e Teatro Estúdio Fontenova.

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