Há um hammam escondido numa colina de Lisboa que lembra outras paragens

O Torel Palace Lisbon abriu um spa que, tal como os seus dois restaurantes, o Black Pavilion e o 2Monkeys, está aberto aos clientes que não dormem no boutique hotel.

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O Calla Wellness & Spa é o espaço de bem-estar do Torel Palace Lisbon Luis Ferraz
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As instalações do spa têm como ponto de ligação um pequeno pátio interior Luis Ferraz
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Há umas escadas que ligam a entrada da Casa do Lavra ao spa Luis Ferraz
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A decoração do espaço remete para o Norte de África Luis Ferraz
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Além do spa, que pode ser usado por clientes externos, há um ginásio só para hóspedes Luis Ferraz
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A recepção do Calla Wellness & Spa é no lobby da Casa do Lavra, situado paredes meias com o elevador com o mesmo nome, que liga o Largo da Anunciada, por detrás da Avenida da Liberdade, em Lisboa, e a Rua Câmara Pestana, por detrás do Campo Mártires da Pátria. É o mais antigo funicular da cidade. Já o spa foi inaugurado recentemente, e fica na cave do palacete. É lá que se encontra um hammam, que deu o mote à decoração do espaço, todo ele a lembrar terras marroquinas.

As almofadas de riscas, em tons de rosa e terracota, os candeeiros de latão e as cadeiras de madeira, bem como as plantas do deserto como apontamento e uma sala toda ela de mármore, que faz a ligação para o banho turco, também ele na mesma pedra rosa, completam o imaginário de outras paragens. Só falta mesmo a música, mas esta chega com toques orientais.

A Casa do Lavra é a última aquisição do grupo Torel Boutiques, que inaugurou naquela mesma rua, nuns números à frente, em 2013, o primeiro hotel. Desde então, tem vindo a adquirir os edifícios contíguos e somando mais quartos ao projecto, assim como dois restaurantes, o Black Pavilion e o 2Monkeys, este último é já detentor de uma estrela Michelin.

O Duke's Bar fica na Casa do Lavra Luis Ferraz
O Black Pavilion tem um menu executivo durante a semana Luis Ferraz
É preciso reservar com antecedência para o 2Monkeys Luis Ferraz
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O Duke's Bar fica na Casa do Lavra Luis Ferraz

Mas, voltemos ao spa. A recepção é numa salinha onde também funciona a loja do hotel. É ali que respondemos ao inquérito de bem-estar e a terapeuta nos vem buscar, para descer até à cave por dentro de um palacete que pertenceu a uma família que tinha plantações de cacau em São Tomé. Há apontamentos decorativos, como os tectos da entrada e do Duke's Bar, todos em madeira, que recordam esses tempos.

Chegadas à cave, há um espaço com balneários e o ginásio, e uma porta para um pátio onde, de um lado fica o hammam, o banho turco, e do outro, a sala de massagens, com as mesas separadas por uma cortina, transformando a sala em duas. É um pátio que funciona como uma espécie de jardim interior e onde, em dias bons, se pode ficar a relaxar após um tratamento.

A proposta é o Ritual Hammam. No centro da sala está uma mesa de pedra que é aquecida e está a 32ºC. Deitamo-nos e o ritual começa com uma ensaboadela com sabão negro, segue-se uma estada na sala de banho turco, sentada na pedra quente e envolta no vapor, de maneira a potenciar a desintoxicação da pele do corpo e, também, a relaxar. Passados uns bons minutos, voltamos à pedra que já não parece tão quente como ao início. Agora, com uma luva kassa, indicada para esfoliar, é feita a esfoliação e segue-se um envolvimento com lama Ghassoul, uma argila castanha, de origem vulcânica, encontrada na região do Médio Atlas em Marrocos, que deixa a pele macia.

Por cima do nosso corpo, vamos ouvindo o chocalhar dos recipientes de latão, usados para a argila e para a água que ajuda a retirar todas as impurezas. E podíamos ficar por aqui, mas somos convidados a passar à sala de massagem, onde a terapeuta fará uma massagem terapêutica, que pode ser com óleo ou velas quentes. E, pode ser feita em casal, então, estarão duas terapeutas na sala e o desafio é fazerem a massagem sincronizadas.

O tratamento do hammam começa com a limpeza do corpo Luis Ferraz
Depois da passagem pelo banho turco, é altura de esfoliar e fazer envolvimento com lama Luis Ferraz
O tratamento termina com a remoção da lama Ghassoul Luis Ferraz
Na massagem de casal existe a preocupação de que seja sincronizada Luis Ferraz
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O tratamento do hammam começa com a limpeza do corpo Luis Ferraz

"Há uma relação com o norte de África, mas podemos ser mais criativos no spa", declara Sonja Lima, manager do hotel, avançando que o objectivo é ter aulas de ioga, breathwork, ou seja, aprender técnicas de respiração, entre outras propostas. "Vamos fazer coisas mais interessantes no futuro", promete, enquanto mostra o novo palacete, também ele dedicado às figuras da monarquia portuguesa.

O Torel Palace é um boutique hotel, com 39 suítes que, no futuro serão 37, e que recebe sobretudo estrangeiros, mas que também tem uma clientela portuguesa que chega não só para dormir com vista para o Bairro Alto e Príncipe Real, mas também para provar a gastronomia dos dois restaurantes, descreve a responsável, sublinhando que há lista de espera para o 2Monkeys. "Por vezes não conseguimos sentar os hóspedes", lamenta. É que além de os clientes passantes, os que não dormem no hotel, poderem ir ao spa, podem também comer nos restaurantes, inclusivé tomar o pequeno-almoço no Black Pavilion ou confraternizar o Duke's Bar.

"Como não é um hotel tradicional, as pessoas querem ter uma experiência diferente", justifica Sonja Lima, enquanto mostra algumas das suítes, todas de diferentes dimensões e cores. Por exemplo, na Casa do Lavra, há dez suites que variam entre os 35 e os 80 metros quadrados. Com este novo edifício, o Torel tem agora quatro e, além das suítes, existe a opção de ficar num dos cinco apartamentos ou na villa com jacuzzi. Tratam-se de tipologias pensadas para famílias ou grupos de amigos, diz a manager. No exterior, há piscina que já existia, juntou-se uma nova, redonda e com vista para a outra colina.

Quando foi construída, a torre na Casa do Lavra era a mais alta de Lisboa Luis Ferraz
A nova piscina do Torel Palace Lisbon Luis Ferraz
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Quando foi construída, a torre na Casa do Lavra era a mais alta de Lisboa Luis Ferraz

"Temos alguns hóspedes repetentes, pessoas que se sentem em casa, uns gostam do design, outros da gastronomia, da cultura", enumera Sonja Lima, que tem experiência internacional, e que aposta num serviço personalizado. "Tentamos, através das reservas directas, ter tudo organizado mediante as expectativas e os gostos dos clientes", explica, enquanto subimos ao cimo da torre da Casa do Lavra, a que o grupo decidiu baptizar de Torel Tower.

A subida faz-se por uma escada de madeira em caracol, toda ela decorada com flores de todas as cores e feitios, dando um ar um pouco kitsh à solene escada. Quando a torre foi construída, no final do século XIX, era a mais alta da cidade, diz a responsável. Quando se abre a porta, há uma volta de 360º para fazer, abrindo a possibilidade de adivinharmos que edifício é este ou aquele. Terminada a volta e deslumbrados com a vista, Sonja Lima sorri e revela uma das tais experiências que podem ser organizadas com os hóspedes: "Já houve aqui pedidos de casamento."


O PÚBLICO fez o tratamento de spa a convite do Torel Palace Lisbon

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